DESTINO - UNIVERSO ALTERNATIVO - HP

V (Revisado)

Sirius ficou parado, tentado processar o que tinha acabado de ouvir. Piscou duas vezes e encarou James, que continuava em pé como uma estátua de sal.

- Você tá falando sério?

- Mais sério que você, Sirius, impossível.

Os dois ficaram em silêncio, e Remus se pronunciou.

- Ele sabe?

James e Sirius se viraram para encarar o amigo, sentado na poltrona com uma expressão preocupada. James hesitou.

- Não - Respondeu ele, e Remus balançou a cabeça em descrença.

- Como vão provar pra ele que somos a família dele? - Perguntou, e Sirius, geralmente o primeiro a responder, ficou quieto. James correu os dedos pelo cabelo, impaciente.

- É ele, Aluado. Se você bater os olhos nele, você vai ver - James pegou o casaco e se levantou em direção à lareira - Venham. Depois que falarmos com ele, vamos com Kingsley e com os outros autores pra dar uma passada na antiga Mansão Malfoy.

Remus e Sirius se entreolharam, mas seguiram o amigo pelas chamas verdes da lareira.

* * *

- Lily, eu realmente não sei como te agradecer.

Ela observava Harry com atenção enquanto tomavam chá na sala, e mal conseguia pensar direito. Convencera o garoto a comer mais alguma coisa dizendo que ele estava muito magro, e Merlin, como ele estava magro. Mas agora, ele estava a agradecendo por tudo, um tudo que ela ainda tentava engolir. Lílian, por fim, forçou um sorriso.

- Não foi nada, Harry.

Os dois voltaram a ficar em silêncio. Ainda não parecia ser real a possibilidade - a ficha ainda não tinha caído - de que aquele garoto magro, educado e maltratado era o seu Harry, aquele bebê alegre que foi brutalmente tirado dela.

- Você lembra de seus pais? - Perguntou ela, e Harry parou de tomar o chá, colocando a xícara vazia na mesinha de canto, e encarou a bruxa com um olhar tão desolado que Lily não conseguiu segurar o choro.

- Mesmo se estivessem, por que eles iriam querer alguém como eu? Não é como se eu fosse especial.

Ele ergueu os olhos, e viu que ela estava chorando. Lily mordeu o lábio, sorrindo em meio às lágrimas, e segurou as mãos frágeis do menino nas suas.

- Você é especial - Disse ela, e Harry a encarou confuso, sem saber o motivo por trás de suas lágrimas - E a sua mãe te ama muito - Sua respiração se tornou trêmula, e foi como se tudo fizesse sentido. Lily acariciou o rosto dele com a mão, os olhos verdes dele grudados nela em choque - Você está em casa agora, querido.

O queixo dele tremeu, e lágrimas escorreram por suas bochechas. A voz de Harry tremeu, e ele mal conseguia acreditar no que ouvia.

- Mãe?

Lily abriu um grande sorriso e o envolveu em seus braços, soluçando. Os dedos de sua mãe corriam pelos seus cabelos levemente, e Harry não queria soltá-la de jeito nenhum. Três homens saíram de dentro da lareira, e Harry encarou James, o rosto já molhado pelas lágrimas.

- Pai?

- Filho - James correu até os dois, e abraçou o filho e a esposa, beijando-lhes e os segurando em seus braços. Depois de se acalmarem, secando as lágrimas, um Sirius abalado e um Remus sorridente se aproximaram dos três.

- Harry, esse é o seu padrinho, Sirius - James puxou o amigo, que tinha o rosto molhado pelas lágrimas, e o Black abraçou Harry com força.

- Eu vou te ensinar tudo que eu sei, Prongslet. Eu prometo.

Harry não entendeu o apelido, mas sentiu-se bem com a fala do novo padrinho. Remus se aproximou, e Harry notou suas cicatrizes e seu olhar cansado.

- Remus Lupin, sou amigo de seus pais e de seu padrinho. Que bom que você está bem, Harry. Sentimos muito sua falta.

Harry o abraçou, levemente feliz por encontrar alguém que também tinha cicatrizes como ele tinha. Ele se virou para James, preocupado.

- Vocês os encontraram?

- Vamos buscá-los agora - Disse ele, e Harry quis levantar, mas James segurou o rosto do filho em suas mãos.

- Eu vou trazer eles, te prometo isso - Harry hesitou, e abriu a boca para falar algo, mas James o cortou - Eu vou ficar bem. Todos nós vamos.

Harry ainda lhe encarava aflito, mas assentiu. Abraçando o filho mais uma vez, James deu um beijo na esposa e desaparatou acompanhado dos amigos, deixando Lily e Harry para trás.

* * *

- Revelio.

Olharam em volta. Nenhum comensal. Tudo tranquilo.

Eles entraram no casarão abandonado, e Kingsley dividiu os aurores para revistarem o lugar. Tudo parecia estar revirado. "Provavelmente por causa da fuga de Harry", pensou James.

Descendo as escadas, o trio encontraram um lugar escuro com barras de ferro, e o coração de James acelerou ao ouvir uma voz feminina, aguda e tremida de medo.

- Harry?

Os passos de dentro do calabouço foram ficando mais altos, e uma pequena garota ruiva apareceu, acompanhada por outra garota morena e por um garoto ruivo.

- Não sou o Harry - Disse ele, e Remus murmurou um feitiço, libertando-os - James Potter ao seu dispor, agora vamos dar o fora daqui - Estendendo a mão para a garotinha, James e os outros aparataram, tirando as três crianças daquela mansão.

* * *