Dulce Maria
Amanda: Bom dia Dulce, entre.
Me sentei na cadeira aveludada e encarei minhas mãos trêmulas.
Amanda: Então, o que te trás aqui depois de tanto tempo?
Eu: Preciso de ajuda.
Amanda: Claro, precisa. O que tem acontecido?
Eu: A... A voz piorou.
Amanda: O quê ela tem te falado?
Eu: Coisas horríveis.
Amanda: Que tipo de coisas?
Eu: Eu deveria me machucar, machucar outras pessoas, eu sou horrível, não posso mais continuar, tenho que desistir. Não aguento mais isso, a culpa que ela joga em mim sempre, por qualquer coisa.
Amanda: Você voltou a se machucar.-- Levei minha mão ao meu pulso coberto pelo tecido da blusa de imediato, Amanda parece ter notado, seus olhos foram direto para onde eu segurava.-- Posso ver querida?
É preciso.
Ela é minha psiquiatra, precisa saber.
Levantei o tecido de moletom e mostrei as marcas dos cortes, Amanda segurou meu pulso com cuidado examinando os machucados.
Eu: Eu não queria... Mas... Eu não consegui, eu tentei... Eu tentei duas vezes. Eu tentei de novo, e de novo, e não consegui.
Amanda: Dulce, se acalme, está tudo bem. Eu não vou te julgar.
Ela pegou alguns papéis e começou a escrever algo nele. Respirei fundo e cobri meus machucados com a blusa novamente.
Eu: Você acha que eu piorei?
Ela não precisava responder com palavras, seu olhar já dizia tudo, mesmo ela não olhando pra mim.
Amanda: Como seu pai tem te tratado?
Horrível.
Eu: Bem.
Ela sorriu.
Acreditou na mentira.
Amanda: Vou te passar os mesmos remédios, já que você está acostumada com eles, e eles fazem efeito. Não é?
Eu: Sim.
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Me Apaixonando Por Você
Teen FictionEra uma tarde quente demais quando o carro saiu. Era uma noite muito fria quando Dulce descobriu que sua vida iria mudar de cabeça para baixo. Com o luto não vem apenas a tristeza, vem a raiva, vem a negação, vem a dor profunda. O silêncio, o silên...