capitulo 15

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JP narrando

Quando cheguei em casa com o Gustavo ontem, ele me parabenizou pela atitude, já que fui eu quem deu a ideia da Ana Júlia vir ficar aqui durante uns dias.

Eu não consegui dormir. Eu só pensava na Júlia e no maldito sentimento que a cada dia mais crescia dentro de mim por ela. Eu não esperava conversar com ela tão cedo, mas felizmente aconteceu.

Pela minha total falta de sono eu me levanto uma hora antes do meu despertador, vulgo meu primo e melhor amigo, Gustavo Paz Mota.

Como ainda tinha uma hora e mais alguns minutos para mim começar a se arrumar para a escola também conhecida como prisão, eu resolvi limpar a casa.

Eu tenho certeza de que a Ana Júlia contará a Juju como foi a sua primeira noite aqui, e eu não quero que ela conte que somos uns porcos e que nossa casa estava toda suja.

Quando eu termino a minha "faxina" vejo o relógio e ví que já passava da hora de me arrumar. Eu falei a mim mesmo que iria me empenhar no colégio. E isso não tem nada a ver com impressionar a Júlia...okay, talvez tenha um pouco, mas isso irá me ajudar. Então por que não fazer?

A primeira aula era geografia, e assim que o professor começou a falar eu pensei seriamente em mudar de ideia. Eu não estava entendendo absolutamente nada doque ele dizia. Até tentei fazer algumas anotações mas eu não conseguia. Simplesmente, nenhuma palavra doque ele dizia fazia sentido para mim.

Na terceira aula, faltando apenas dez minutos para o sinal bater, nos liberando para o intervalo decido pedir ajuda a Júlia. Ela é a maior nerd da sala, e tenho certeza de que aprenderei muito mais com ela doque com qualquer outro professor.

Vejo ela sozinha sentada na arquibancada comendo um pedaço enorme de bolo de chocolate que a cantina vendia. Assim que me sento ao seu lado paço o meu dedo indicador por uma parte do bolo arrancado um pedaço. Levo o pedaço até a boca. Que delícia.

Juju: ei - a morena me repreende.

JP: esse bolo é uma delícia. Quanto custa?

Juju: sim ele é, e ele custa 7,50 na cantina.

JP: nem a pau que eu pagarei tão caro em um pedaço de bolo. Nunca! - ela me olha e ri.

Juju: então, o que veio falar comigo?

JP: eu estou tentando melhorar as minhas notas, mas eu não entendo nada doque os professores falam. Queria saber se você poderia ser a minha professora particular.

Juju: todas as segundas, quartas, sextas e sábado. As segundas e sextas serão na minha casa e nas quartas e sábados serão na sua casa. Isso será durante um mês inteiro. Entendido?

JP: sim senhora - rimos.

Continuamos conversando e logo o sinal bate novamente alertando que éramos para ir pra sala. A quarta e a quinta aula seriam química. Eu odeio química.

Hoje, como é duas aulas, nós teríamos que refazer todo os experimentos que já tínhamos feito desde começo do ano.

A sorte é que tínhamos aula de química apenas uma vez a cada duas semanas, e não fazia menos de dois meses que as aulas começaram.

Júlia e a Valentina foram as primeiras. Obviamente a Júlia fez muito mais coisa doque a Valentina. A garota loira apenas colocou um pouco de fermento em uma das experiências.

A garota estava com olheiras que falam implicitamente que sua noite de sono foi péssima, assim como a minha. Seus olhos estavam inchados e vermelhos, denunciando que ela estava chorando.

Ela e o Augusto haviam terminado, todo o colégio já sabia disso, até porque ela foi corna. O Augusto, com o apelido de Guto, traiu ela com a filha da diretora. Maria Gabriella.

Alguém gravou um vídeo mandando para todos do colégio deles quase se comendo. O vídeo é nojento e horrível.

Infelizmente eu sei o que ela está passando. E horrível ser traído por uma pessoa que você ama.

No começo, quando a Ananda me deu de presente de aniversário um par de chifres eu achei que a culpa era minha. Eu achei que ela me traiu porque não sentia mais tanto amor por mim, e que isso era culpa minha.

Mas com o tempo, eu aprendi que eu não tive culpa nenhuma. Ela quem escolheu me trair, ela quem escolheu partir meu coração. Foi ela.

Juju: ei - Júlia me chama me despertando - o professor está chamando você e o Gustavo para irem lá na frente fazer os experimentos.

Eu não falo nada, só me levanto e vou ao lado do Gustavo que já me esperava com os óculos e jaleco de proteção. A cara do professor não era nada boa; posso entender, até porque ele me odeia. Maicon, não gosta de mim porque no ano passado eu fiz uma pegadinha com ele.

Quando ele estava saindo da sua sala eu tranquei a porta, e apaguei a luz da sala de química. O medroso começou a gritar, e tudo piorou quando eu comecei a andar em sua direção com a minha fantasia de vampiro.

O velhote é tão idiota que não conheceu o meu rosto e acabou desmaiando com o susto. Foi a melhor pegadinha que eu já fiz na vida. Me lembro até hoje do riso de todo mundo quando eu passei o vídeo na televisão da sala de música.

Ele se recusou a vir para a escola por duas semanas, alegando que não daria aula novamente até que tirassem o vampiro de lá. Quando descobriram que foi eu, a direção me deu uma suspensão de três dias.

Eu realmente não entendo esse negócio de suspensão. Pros professores isso é um tipo de castigo, mas para nós, alunos, isso é incrível. Esse é um "castigo" que nós ficamos sem ir para a escola. E isso é tudo o que nós queremos.

Tudo bem que perdemos um pouco da matéria, mas depois é só pegar com algum amigo, e então eis a minha pergunta: doque adianta?
A resposta é simples, nada.

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