Buscando um sinal

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Ele poderia lidar com o fato dela ser quem é, prometeu ao menos tentar não julgá-la pelo seu passado, e tentar ver além do que os outros falavam ao seu respeito, entretanto, nem o afeto que supostamente sentia por ela, faria com que ela controla-se toda a situação, ou passasse dos limites que vai além do que ele possa suportar.

Mesmo passando meses, para ele a morte da Melissa tinha sido ontem, ela ainda tinha esperança que tudo fosse um pesadelo, e ao acordar, estaria com sua garota ao seu lado, com aquele sorriso delicado e espontâneo.

__ Espero que consiga dar conta do bebê. - Limpou a garganta. __ Porque sempre teve babás para cuidar da Sara, e deve saber que não viveremos em meio ao luxo - Tentou parecer menos ofensivo possível, ele sabia que não poderia ajudá-la, isso era demais para ele, ser pai ao lado de outra mulher que não seja Melissa. Mas ao mesmo tempo se sentia preocupado se ela daria conta, certamente ficaria sobrecarregada.

__ Fica tranquilo -  sorriu. _ Na cadeia aprendi a fazer várias coisas ao mesmo tempo, trabalhos de multitarefas Sabe? Lavar banheiro, arrumar a cama dos detentos, fazer crochê.  Sou quase uma profissional. 

__ Deve ter sido uma aventura e tanto - Sorriu.

___Não, na verdade eu odiei, até hoje minhas unhas pagam a penitência, olha. - Colocou na sua cara o assustando. __ Mas foi aprendizado, lidar com crianças é bem melhor. Ele gostaria de poder ouvir mais sobre suas experiências na prisão, deveria ter sido mesmo muito engraçado alguém como ela, viver no pior ambiente possível , onde era um pesadelo para qualquer mulher, o que dirá para uma socialite . Mas, se busca-se saber a verdadeira vida de Jacqueline , estaria entrando por um caminho sem volta.

__ Amanhã temos que fazer compras - Mudou de assunto rapidamente.

__ Claro, até porque aquela casa precisa mesmo ter alimentos  saudáveis, não as porcarias que você come, vou cozinhar uma Sopa de verduras para você, vai ver como vai engordar rapidinho , essa cara de doente desnutrido vai sumir instantaneamente - enrugou a testa se sentindo ofendido.

Angel dormia no carro e Bruno ficou encarregado de levá-la para dentro de casa, embora sabia que era só o começo , tentava buscar o lado positivo de toda situação.

__ Pode colocá-la no meu quarto por favor.

_ Uhum. Resmungou. Com certeza era muito mais fácil lidar com a pequena Angel, do que com sua própria filha. Depois de -deixa-la voltou para sala. Jaqueline estava no sofá, com a bebê no colo a fazendo dormir. 

__ Aqui estão as chaves do quarto da bebê. Melissa mandou arrumar antes de partir - As entregou.

__ Você a ajudou? Perguntou curiosa.

__ Sim, com a pintura e o berço. O restante foi ela quem decorou, então não faço ideia como ficou - Coçou a nuca incomodado.

__ Pelo menos isso né?  o advertiu.

__Bom, agora que já tem tudo para brincar de casinha , fique a vontade - Desdenhou irônico. _ Vou para meu quarto, e se a bêbe chorar, não me chame. 

_ Me pergunto o que fez para estar cansado? Que belo pai está se saindo - Sorriu falsamente.

__ Talvez da mesma forma como um dia foi como mãe - Sorriu de volta.

Bruno se trancou no quarto, e ficou lá até escurecer, primeiro tentou se distrair com o computador, pensou em algumas vezes sair para ver o que ela estava fazendo, mas resolveu deixar para lá, a única vez que deixou o quarto foi para pegar comida, e voltou a se trancar lá dentro. Mas naquela noite algo diferente aconteceu, Bruno foi até o guarda-roupa e pegou a garrafa de uísque que tinha escondido como sempre fazia.

A verdadeira conversão.Where stories live. Discover now