25- Chloe

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Passei o natal na casa dos Forbes. Mia estava ótima, o ferimento cicatrizou rapidamente e logo aquele episódio era notícia velha. Christian, Gabe e Lia vieram para Evanston para passar o natal na casa dos pais de Christian, mas deram uma passada nos Forbes antes de voltar para Chicago. Louise, tia Rachel e Edgard foram para a casa da Vovó, mãe de Rachel, já Dan foi obrigado a ir para a casa da mãe. Ele me mandava mensagens dizendo o quão chato era ficar na casa da mãe dele e eu até tentava animá-lo com algumas fotos engraçadinhas do Gabe.

No réveillon fomos para Ashland com Christian, Lia e Gabe, ficamos na casa do tio do Christian, o Raymond. Ele era um senhor legal e cozinhava muito bem. O frio em Wisconsin era tão intenso quanto em Chicago naquela época do ano, porém era bom estar com pessoas que gostamos. Morria de pena do tio Raymond ali sozinho, foi bom ir visitá-lo.

— Eu chego dia três — disse Dan — Não aguento, natal com a minha mãe e réveillon com meu pai, tô pirando. Acho que ainda estão me castigando por ter sido preso — ele suspirou, eu adorava ver o Dan no Facetime, fazia tanto tempo que não o via e ele continua tão bonito quanto eu me lembrava — Tô com saudade.

— Eu também — fiz beicinho — Só mais dois dias, vamos no cinema quando você chegar?

Eu não contei ao Dan que sou assexual, não contei para ninguém. Desde que Mia foi baleada, não tivemos tempo para conversar francamente. Tinha sempre alguém por perto, ou Dan estava mais ocupado em me beijar ardentemente nas escadas que levava ao telhado do prédio que ele morava. Não transávamos há quase duas semanas e isso era um alívio para mim. Pensar assim me deixava cheia de culpa, mas, infelizmente, era difícil policiar essas coisas.

Fomos todos no mesmo carro para poder revezar a direção. Eu amava estar na estrada, costurando os carros e até mesmo quando tinha congestionamento, eu não me importava, não tinha pressa. Assumi a direção às três da manhã do primeiro dia do ano. Gabe, Lia e Mia dormiam nos bancos de trás da picape de Chris, ele estava do meu lado conversando. O rádio tocava minha playlist bem baixinho e de vez em quando eu cantava.

— Você canta muito bem, Chloe — disse o Chris — Se eu tivesse essa voz, nunca me tornaria policial — brincou, dei risada.

— Eu gosto de músicas, melodias, e ,sobretudo, como me senti no palco naquele dia, da luta de Garrett — ri com a lembrança — Não sei se foram as luzes fortes no meu rosto que me deram coragem — Christian riu — Mas foi... libertador.

Ficamos um bom tempo em silêncio, pensei até que Christian tinha dormido. As luzes dos carros eram vaga-lumes naquela estrada escura. O farol da picape me revelavam placas ao longo da estrada.

— Eu comecei a fazer faculdade logo que terminei o colégio — Christian começou a falar — Não fiquei nem dois semestres — dei uma risadinha — Comecei como segurança particular, depois policial militar e por último, investigador criminal. Me sinto realizado com o meu trabalho, mas na época meus pais enlouqueceram.

Christian era uma companhia agradável e eu entendi porque ele e Mia eram amigos. Mia era espontânea, falante, solicitá e amiga. Christian era contido, observador, gentil e amigo. Eles se completavam como amigos, eu senti o mesmo com a Lou.

Já estava clareando quando Lia assumiu o volante, fizemos uma parada para bebermos café e usarmos o banheiro. Voltamos para o carro, Gabe tomava leite em um copinho, ele era tão bonito e fofo, apesar de ser bagunceiro não era chato. Eu dormi entre Mia e Gabe, com a bochecha encostada no estofado da cadeirinha dele. Quando acordei já estávamos em Chicago, o que foi uma pena, eu gostava muito de estar na estrada.

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— Não íamos no cinema? — indagou Dan ao chegar na minha casa — Ah! Já sei, você tava com muita saudades para querer perder tempo vendo filme — brincou, me agarrando pela cintura e me puxando para perto dele.

PulsarWhere stories live. Discover now