9- Chloe

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Eu não sabia o que estava rolando, mas a Mia estava com um humor do cão nos últimos dias. Ela não mencionava Garrett em nenhuma das nossas conversas e eu também não toquei no assunto. Ela estava parecendo um dragão prestes a cuspir fogo, eu sabia como era implacável quando queria, então eu dei o tempo que ela precisava. Estou aqui tempo o bastante para entender a cronologia das coisas, quando ela quiser, ela fala.

"Lou, me salva - Chloe"

Mandei mensagem para minha amiga quando vi Mia calçar tênis de caminhada e tentava domar seus cachos em um rabo de cavalo.

- Vai correr? - perguntei do sofá, se ela saísse eu poderia fugir também, quero dizer, não é como se eu estivesse a abandonando, né?

- Quê? - ela perguntou fazendo uma careta - Desde quando eu corro? - não respondi - Vou até a casa do Christian e arrastá-lo pro bar. Eu vou andando porque vou beber muito - engoli em seco, ela precisava desabafar. Coitado do Chris.

- Legal, eu vou sair também...

- Leva o celular - e bateu a porta, sem esperar eu terminar de falar.

- Ui, sobrevivi - resmunguei sozinha.

Louise não me respondeu. Desde que ela começou a sair com Charlie e eu com Josh, não nos falávamos tanto. Isso era uma merda, porque eu não queria que nenhum cara ficasse entre nossa relação, piorou dois.

Então eu me levantei do meu lindo e confortável sofá/cama, calcei meus sapatos, vesti meu casaco, peguei minha bolsa e sai. Tomei ônibus até a casa dela. Tentei ligar no trajeto, mas Lou não atendeu. Às vezes, ela desligava o celular para não ser localizada. Maluca!

Assim como no antigo prédio em que eu morava, o de Lou não tinha porteiro. Então eu só entrei e tomei o elevador até o andar dela. Toquei a campainha, ouvi som de passos do lado de dentro e sorri, pelo menos eu não vim até aqui à toa. Quem abriu a porta foi Dan, ele estava suado e vermelho, seus olhos brilhavam feito dois pires. Estava lindo.

- Oi, Chloe! - ele exclamou com entusiasmo, franzi o cenho.

- Oi, Daniel. Lou tá aí? - eu ainda estava com raiva dele, eu não entendia o porquê. Porra, ele não deveria significar nada para mim.

- Não, ela saiu com a tia Rachel, foi visitar a vovó.

- E você não foi? - estranhei, Dan sempre ia junto, ele não perdia a oportunidade de fazer a vovó cozinhar feito louca para ele.

- Er... não, eu tinha planos.

Ele ficou mais vermelho e eu mais intrigada. Ele nem me chamou para entrar, nem perguntou se eu queria uma água.

Merda, o que tá rolando?

- Tá, eu só tenho que pegar uma coisa que deixei com ela - era mentira, mas eu precisava entrar lá, precisava entender o que estava acontecendo.

- Ei, ei, ei. Me fala o que é e eu pego - ele entrou na minha frente.

- É uma coisa de garotas, não vou deixar você pegar - eu estava mais do que curiosa.

Ele cruzou os braços e arqueou as sobrancelhas, esperando que eu cedesse. Eu toquei seu peito e o empurrei para o lado.

- Tá, merda, depois não fala que eu não tentei evitar.

O quarto estava escuro e abafado. Eu acendi a luz e não fiquei surpresa com o quê eu encontrei. A garota que miava estava deitada coberta até o pescoço na cama do Dan. Ela gritou quando me viu e eu só fiz uma careta enjoada para ela. Dei meia volta, saindo do quarto. Dan ainda estava no corredor, escorado na parede e me olhava com as sobrancelhas arqueadas. Abri minha bolsa, peguei num compartilhamento interno um pacote de preservativo, que a Louise me deu.

PulsarWhere stories live. Discover now