- Você não precisava ter vindo. - minha voz rouca saiu em um sussurro. Dei uma leve tossida tentando disfarçar.- Como você está? - Louis me ignorou entrando no quarto.
- Estou bem. - sentei na ponta da cama.
- Ah, meu bem. - ele me levantou me puxando para um abraço apertado que eu retribui. Não chorei, por mais que tivesse vontade. Em nenhum momento eu chorei. - Quer contar o que aconteceu?
- Você sabe o que aconteceu.
- Eu só sei o que está nos sites, nada mais. Vem. - Ele se deitou e me puxou para o seu peito, acariciando meus cabelos. Louis era a pessoa mais carinhosa que eu conhecia, eu o amava por isso. No inicio eu estranhei, pois pensei que Eleanor ficaria com ciúmes ou algo do tipo, mas não, ela não se importa e ela também é do mesmo jeito. Carinhosa e protetora. - Quando foi a última vez que vocês conversaram?
- Há quatro dias. - fiz pequenos círculos no seu braço. - Eu estou bem, eu só... - fechei os olhos suspirando. - Eu finalmente o deixei entrar, e simplesmente assim. - estalei o dedo. - eu o perdi.
- O que ele te disse? - o carinho ainda continuava.
- Ele disse que precisava pensar um pouco e conversar com ela a sós. - me referi ao dia em que descobrimos. - Ele simplesmente me colocou de lado, sabe? - senti a ponta do meu nariz arder. - No outro dia ele veio até o meu quarto, e disse que precisava dar essa chance para eles, para a família que ele vai ter. - suspirei. - Eu não o culpo, eu só pensei que... - me afastei dele e o olhei. - Você tem um filho, você não ama menos o Freddie por não estar com a mãe dele. E você está com quem você ama.
- Ah, Liza... - ele me puxou para seu peito de novo. - Isso é tão complicado. Eu entendo ele, eu já estive no lugar dele. Só que eu e Harry temos pensamentos diferentes, ele sempre foi uma pessoa muito de família, muito caseira. Você sabe disso, você conhece ele tão bem como eu.
- Ela já espalhou pra todo mundo... - murmurei.
- Eu sei.
- Você falou com ele?
- Não, eu liguei algumas vezes mas ele não atendeu.
Louis ficou comigo aquela tarde, pediu serviço de quarto e vimos alguns filmes. Ele tentava me animar de todas as formas possíveis, e eu tentava mostrar para ele que eu estava bem. Eu me sentia completamente perdida e de mãos atadas. Porque eu sabia, que nada do que eu falasse ou fizesse iria fazer Harry mudar de ideia. Eu lembro das vezes em que ele me disse que a amava. E agora ela estava carregando seu filho. Como ele não iria escolher ela? Desde o dia em que ele veio conversar comigo não nos falamos mais.
- Podemos conversar? - Harry perguntou depois que abri a porta e dei passagem. Passei a noite em claro, não sabia o que fazer, o que pensar, nada. - Liza... Eu sinto muito.
- O que você vai fazer? - perguntei devagar e torcendo para que ele não fizesse o que eu passei pensando durante a noite inteira.
- Sinto muito. - tocou meu ombro e eu fechei os olhos respirando fundo. - Eu preciso dar uma chance a ela, ao que vamos ter a partir de agora. - sua mão subiu até minha bochecha a acariciando como sempre fazia. - Eu sinto tanto. - sussurrou.
- Você contou a ela? Contou sobre nós? - perguntei me afastando do seu toque.
- Sim. Eu tive que ser sincero. - tentou se aproximar novamente e eu ergui a mão.
- Só... saia. - apontei para a porta.
- Liza... por favor.
- Eu não estou brava, Harry. Eu não o culpo. E nem culpo ela. Vocês não planejaram isso. Como eu poderia ficar brava por isso? Eu só... eu só desejava que fosse diferente.
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THE CAR - H.S PT
Fanfiction- Eu não tenho casa. Moro no meu carro. - É, eu realmente estava fazendo isso. E falar isso em voz alta fez eu me sentir mais humilhada possível. E então escutei uma gargalhada. Levantei minha cabeça olhando chateada pra ele. Eu também acharia graça...