Eu comentaria alguma coisa, mas eu concordava em alguns fatos.
Luke era mesmo o meu bebê que precisava de amor e cuidados. Eu daria tudo isso a ele. Porque ele merecia e porque o amava o suficiente para ser forte por nós dois nesse momento.
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O dia estava cinza e provavelmente iria chover, mas estava tudo bem. Havia caminhado por um bom tempo, uma lembrança de quando eu só andava por medo de entrar em carros. Percebi que perdi o costume de tal ato, mas no fim, cheguei ao meu destino.
As portas do cemitério estavam já abertas e eu sabia que era por que muitas pessoas preferiam vir bem cedo para visitar seus entes queridos ali. Eu era um deles
Caminhei até o caminho que não fazia desde quando havia me perdoado sobre tudo, o que são muitos meses tenho que dizer. Não havia mudado muita coisa, só havia alguém enterrado ao lado dos meus pais. Fiquei parado em frente a lápide que estavam escrito seus nomes e as datas de nascimento e morte. Joy havia escolhido a frase que ali estava. Eu me lembro de não estar em condições de nem mesmo raciocinar a respeito, pois já entrava em crise de lágrimas.
Hoje tudo parece tão distante. Parece que faz parte da vida de uma outras pessoa. Sim, ainda havia a dor da perda, mas era mais uma saudade. Saudade de como meus pais eram felizes, de como eles se amavam e me faziam querer viver um amor assim. Saudades de todos os sermões e até mesmo dos erros deles, pois quando você ama alguém, você entende que ela tem erros — meu pai havia muitos —, mas aceita eles mesmo assim, porque são o que os fazem ser eles mesmos.
Naquele dia, eu os olhava como o que havia me dado vida e o que me ensinou a ver que a vida é mais do que estar vivo. Sentia o amor que eles haviam me dado, tudo o que me ensinaram, sentia que eles eram parte de mim, que eu poderia os levar comigo todos os dia. Eles não estavam aqui em corpo, mas os carregava no meu coração, carregava tudo o que me fizeram ser quem eu sou. E eu era grato por isso.
— Tem um tempo que não os venho visitar. — Sorri levemente. — Peço perdão, mas eu pela primeira vez em tempos senti que estava vivo. E isso é... Tão bom. Sinto tanto por não ter notado isso antes. Sei que vocês podem me olhar orgulhosos agora e que provavelmente podem descansar em paz. Eu só queria que soubessem que eu amo alguém e ele é tão... Ele é a melhor pessoa do mundo e eu tenho uma família. Disfuncional, mas tenho. Sinto em informar pai, mas Calum e Ashton não só fazem sexo dentro de casa como também moram comigo.
Acabei sorrindo. Imaginei perfeitamente a cara de choque de Daryl e aquilo aqueceu meu coração.
— Eles vão se casar. Acredita nisso? Um dia eu quebro a cara de caras mais velhos para protegê-los, e no outro eu sou o padrinho de casamento do Calum e de bônus, quase o filho adotivo deles. — Sorri. — Eu me sinto bem e dessa vez não me sinto culpado por isso. Sei que gostariam que eu fosse feliz e eu estou sendo. Estou fazendo por nós três. Até o dia que eu me for, prometo que vou ser o melhor de mim e vou viver por mim e por vocês também. Se cuidem. E diga a vovó que aprendi a fazer a receita como ela faz da torta de laranja. Se tornou a favorita de Lilly, assim como era a minha.
Sorri lembrando da felicidade que invadiu meu peito quando havia acertado a receita e Lilly e eu havíamos feito juntos. Nós dois comemoramos como loucos e quando Luke chegou ele pensou que alguém havia se machucado.
— Amo vocês. — Me despedi e fui caminhando.
Depois de um tempo, não tão longe de onde meus pais estavam, vi Luke sentado em frente a uma lápide. Ele estava pensativo. Provavelmente era a lápide de sua mãe.
Fui andando até seu encontro e o vi distraído. Só notou minha presença no momento em que me sentei ao seu lado.
— Então, o que estamos pensando? — Perguntei.
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How to Fix a Broken Heart ~ •Muke•
FanfictionMichael lida com a perda de seus pais em um acidente de carro enquanto tenta se reconstruir e seguir em frente. É então que ele conhece Luke, um garoto animado e sempre feliz, que esconde uma grande tristeza e dor por debaixo de toda positividade e...
