Ben sorriu levemente e assentiu.

— Leve o tempo que precisar, Luke. — Estava sendo sincero. — Só de estar considerando meu pedido eu já me sinto feliz. — Os dois assentiram e Luke já se preparava para se retirar. — Luke, eu... Eu posso abraça-lo?

Senti minha mão ser apertada forte e eu apenas sussurrei “apenas faça o que te faz sentir confortável. Ele vai entender se não quiser”, ele assentiu.

Depois de uns segundos, os dois irmãos estavam se abraçando. Foi algo rápido e singelo, mas eu sabia bem o tamanho do significado que aquele abraço teve.

— Obrigado, irmão. — Foi o que o homem disse antes de entrar o carro e voltar para sabe lá onde ele estava.

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— Como você se sente? — Perguntei.

Estávamos deitados olhando para o céu. No mesmo lugar no parque em que sempre ficávamos. Distante o bastante da civilização e dos postes de luz, mas não suficiente para ficarmos no completo breu.

Ele respirou fundo e puxou a maga do casaco que eu o emprestei para cobrir seus dedos.

— Eu não sei, talvez confuso. — Respondeu. — Eu só... Não acredito que alguém daquela família me pediria perdão. Nem sei se devo acreditar nele. Foram oito anos.

— Ele pareceu bem sincero para mim. — Disse. — Quero dizer, no início eu achei que ele estivesse apenas mentindo, mas quando ele começou a chorar e quando eu vi que ele não repudiava nenhum dos meus atos com você, percebi que pelo menos em algum aspecto ele era mais evoluído.

— Jack o queria convencer a não vir falar comigo. — Ele estava triste. É claro que estaria, era o irmão dele no final das contas. — Eu... Minha cabeça dói demais com tudo isso. Porque nada poderia ser tão mais fácil?

— Porque aí não teria graça.

Nos olhamos por um tempo e logo estávamos abraçados um com o outro em meio a grama que já estava ficando molhada de orvalho. O vento batia frio contra o rosto e Luke se encolheu pondo-se entre meu pescoço.

Eu não faço a menor ideia de que horas poderia ser.

— Não sei como falar com Lilly a respeito disso. — Confessa. — Ela é apenas a criança, não era para estar passando por isso.

Beijei o topo da sua cabeça e quando ele levantou o rosto para me olhar, passei a ponta do meu nariz gelado contra sua bochecha.

— Você não tem que fazer algo que não lhe deixa confortável, sunshine. — Disse calmamente, mesmo que o vento frio congelasse os ossos. — Mas eu creio que seria justo contar a ela. Veja, ainda é a sua irmã e mesmo que seja uma criança, Lilly é esperta. Depois, ela já sabe de toda a história. Pelo menos o principal. Vocês devem discutir juntos a respeito disso, são uma família. E se Ben não cumprir o que ele quer, você não pode se martirizar, já que você tentou.

Luke olhava para mim fixamente. Seus olhos transpassam o brilho fraco do poste mais ao longe junto ao brilho das estrelas acima de nós. Um leve sorriso tomou o seu rosto e eu me senti a pessoa mais sortuda do mundo.

— Obrigado, Mike. — Disse verdadeiramente. — Obrigado por estar aqui comigo, e obrigado por me amar e amar a minha irmã.

Sorri de volta e beijei a ponta do seu nariz perfeitinho.

— Eu que sou grato a vocês. — Respondo feliz, porque era verdade. — Vocês dois me trouxeram de volta a vontade de viver, ama-los é um privilégio que eu tive a graça de ter.

How to Fix a Broken Heart ~ •Muke• Where stories live. Discover now