My Love

184 12 8
                                    


P.O.V. Clarissa.

Meu nome é Clarissa Adelaide Dragomir.  Tenho 16 anos de idade, nasci em Nova York, cresci no Brooklyn e sou descendente de romenos por parte de mãe.

Agora eu vim parar numa cidadezinha minúscula da Virgínea. Vim viver com a minha vó.

Estava no caminho até a casa dela quando o meu carro enguiçou. Estou com o carro quebrado no meio da estrada que por acaso fica bem no meio de sei lá quantos acres de floresta.

-Ótimo.

Sintam a ironia neste ótimo. Então, liguei para o guincho e falaram que iam mandar alguém. Mas, estou aqui neste meio do nada á mais de uma hora.

P.O.V. Sebastian.

Eu me lembrei dela. Seu nome era Cassandra. Ela era uma bruxa. Descobriu o que eu era realmente, o que eu estava fazendo ao povo de seu vilarejo e ainda assim ela me amou, me amou tanto que deu sua vida para me proteger. Convocou um monstro chamado Croatoan, um monstro que se alimenta de segredos. E sendo assim, a criatura devastou a cidade sem remorso.

Cassandra morreu por mim, ela me dissecou. E o monstro a matou,  eu naquele estado vi o monstro despedaçá-la membro por membro antes que ela pudesse se livrar dele, incapaz de ajudá-la enquanto ela morria. Ela estava guardando o meu segredo. E levou-o para o túmulo.

Agora, estou acordado novamente. Quatrocentos anos após o ocorrido. Tudo é tão diferente.

Luzes brilhantes, aparelhos que fazem coisas inacreditáveis e uma Escola para seres sobrenaturais de toda a sorte. Bruxas, lobisomens e vampiros... como eu. Não que eu seja um estudante.

Após esta e outras revelações, decidi fugir um pouco. Me embrenhei na floresta, pelo menos árvores ainda existem e ainda são árvores. 

Cassandra também me deu o talismã que me protegeria do líder da comunidade puritana. Do homem que me caçava. Já que eu era o verdadeiro monstro. Então, ouvi alguém praguejar:

-Mas, que droga!

Era uma voz feminina. Uma presa fácil, uma donzela desavisada. Ela estava de costas para mim. Os longos cabelos cor de fogo, estava usando um chapéu, blusa laranja, shorts jeans. Estava pronto para atacar quando, ela virou.

E apesar do vento ter feito seus cabelos irem em direção ao rosto, eu reconheceria aqueles olhos cor de avelã em qualquer lugar ou era. Se eu não estivesse morto, teria caído duro.

-Cassandra?

-Na verdade, é Clarissa. Você não deveria ter trazido um caminhão?

Infelizmente aquelas palavras me eram desconhecidas.

-Um caminhão?

-Você não é o homem do guincho é?

-Não. Temo que não.

-Ótimo! Estou esperando a mais de uma hora!

Disse ela frustrada deslizando pelo o que quer que fosse aquela coisa. Era grande e tinha rodas.

-Se não tem cavalos, como isso deveria funcionar?

-Tem trezentos cavalos.

-Eu não vejo nenhum.

Ela riu enquanto eu tolamente procurava os tais cavalos.

-Sério? Vem cá.

Então, a senhorita Clarissa levantou a tampa daquela geringonça e pude ver suas entranhas.

-É uma máquina!

-Bingo. Aquela coisa bem ali é o motor, quanto mais "cavalos" de potência ele tiver, mais depressa ele anda. É um carro.

Um carro.

-Então, é como uma carruagem?

-É. Duma forma é isso ai mesmo.

A jovem moça era a cópia fiel de Cassandra.

-Se me permite a pergunta, qual é o seu sobrenome?

-Dragomir.

-É romena então?

-Minha vó é romena.

-E quanto ao seu pai?

-Nunca o conheci.

-Meus pêsames.

-Não. Ele não morreu, ele só... foi embora.

Aquilo chocou-me. Admito, embora nunca em voz alta que sou tudo, além de perfeito. Fiz coisas terríveis, matei pessoas, pessoas inocentes, mas abandonar um filho? Abandonar sua própria carne e sangue? Que tipo de homem faz isso?

-Qual é o seu nome?

Perguntou a senhorita Clarissa, mas antes que eu pudesse responder:

-Sebastian!

Elizabeth.

-Oh, certo.  Bem, foi um prazer.

Disse depositando um cálido e simplório beijo nas costas de sua delicada mão.

-Uau! Sua namorada vai ficar com ciúmes.

-Elizabeth e eu não temos nada.

Infelizmente, aquela enorme monstruosidade veio interrompendo aquele mágico momento.

-Ai, Graças á Deus!

-O que?

Eu a havia puxado e escondido atrás de meu próprio corpo.

-O que está fazendo?

-Tentando de impedir aquela monstruosidade de atacar-lhe.

-Você quer dizer o caminhão do guincho?

Perguntou com humor e uma risada. Aquilo era um caminhão?

-Aprecio o esforço e a intenção, mas acho que vou ficar bem.

A criatura, que era uma máquina parou e de lá de dentro saltou um rapaz de roupas azuis, da mesma cor do tal caminhão.

-Foi aqui que chamaram um serviço de guincho?

-Foi.

-Sabe dizer qual foi o problema?

-O injetor está com defeito. Preciso trocar a mangueira.

-Uau! Geralmente eu só escuto um ele morreu.

-Meu tio é mecânico. Me ensinou alguns truques.

O jovem amarrou uma corda no... carro de Clarissa e este foi içado e colocado atrás do tal caminhão.

-Prontinho.

-Vai me dar uma carona, certo?

-A ideia é essa.

-Obrigado.  Bem, tchau Sebastian, foi um prazer conhecer você.

-Igualmente.

Seria possível? Seria Clarissa, a minha Cassandra? O meu amor que voltou para mim?

Tive que assistir enquanto o enorme caminhão partia levando embora o carro e a donzela.


A Garota e o VampiroWhere stories live. Discover now