A Garota e o Vampiro

Parenthood

Capítulo especialmente dedicado á S2gabrielaS2

P.O.V. Clary

Sei que Sebastian está com medo, eu estou também. Ser mãe, ou pai de alguém é muita responsabilidade. A maioria das pessoas não pensam nisso quando fazem bebês, não pensam que um bebê não vem com garantia e não tem como devolver na loja. E que estar grávida não é o mar de rosas que se vê na televisão ou se lê nesses livros O Que Se Esperar Quando Está Esperando. Cada gravidez é diferente e mesmo os sintomas... não é como é nos livros.

Eu não sei porque chamam de enjoo matinal, se no meu caso eu me sinto enjoada o tempo todo. Estou vivendo á base de chá com bolachas, sopa de legumes e todo dia tenho que tomar umas gotas de floral de espinheira santa para acalmar o meu estômago. Para não mencionar que como meu bebê é meio vampiro eu tenho que beber sangue. Humano.

-Você ainda está enjoada?

-Você ainda é um vampiro?

Retruquei meio mal humorada.

P.O.V. Sebastian.

Eu queria fazer algo para ajudá-la, mas o corpo de Clary rejeita sangue de vampiro e eu não sou médico. Sou um vampiro de quatrocentos e cinquenta anos que nunca teve um pai bom, nem sei como ser o pai desta criança.

-Me diga o que fazer.

-Não há nada que possa fazer.

Então Clarissa pegou na minha mão e disse olhando nos meus olhos:

-Sebastian, eu não vou morrer. É só desconfortável, só isso.  Não precisa se preocupar, estou fazendo todo o possível, Emma está me ajudando, o Doutor Saltzman disse que vai arrumar uma médica para vir cuidar do pré-natal, tudo vai ficar bem.

-Clarissa, quem era aquela menina, Cassie?

Quando eu perguntei Clary ficou quieta por uns bons dez minutos o que não é do fetio dela.

-Clarissa, quem é ela?

-Ela é alguém muito importante para nós dois. Para todos nós, há coisas acontecendo agora que você não compreende Sebastian, eu podia tentar explicar, mas só vai confundir a sua cabeça mais ainda. Só precisa saber que aquela menina, é muito, muito importante e especial. Me prometa que não vai feri-la ou ameaçá-la. Prometa.

-Tudo bem, eu prometo.

Clarissa segurou minha mão e falou olhando nos meus olhos num tom de compreensão.

-Paciência meu querido, você  vai entender quando a hora chegar.

Odeio não entender, não saber de algo. Por mais que confie em Clary com a minha vida, eu sei que ela está me escondendo alguma coisa e tem a ver com a menina. Cassandra.

E como não posso fazer nada para ajudar Clary a se sentir melhor, fui até a floresta com um machado na mão, escolhi a melhor, mais bonita e frondosa árvore e a cortei cuidadosamente. Então fiz toras de diferentes tamanhos com aquela madeira e levei para o Antigo Moinho. Onde comecei a trabalhar nela. Num presente para a minha filha.

Medi e comecei a trabalhar naquela madeira, a cortar para dar a forma, a raspar, lixar e esculpir. Espero que isso saia direito. Não usei nenhuma daquelas ferramentas muito complexas e modernas que vão na tomada, eu só usei as ferramentas que eu conhecia. Um machado, um raspador, uma plaina e uma lixa. As peças rapidamente ficaram prontas, mas ainda preciso montar portanto peguei uma caixa de pregos e um martelo. Coloquei os pregos no lugar de forma que nenhum deles ficasse aparente.

Alguns dos pedaços eu tive que arredondar e a parte superior eu esculpi fazendo lindos detalhes e uma forma de coração.

-Ei, o que está fazendo?