Teen Spirit

32. 1992

(...) Brilhante são as estrelas que brilham
Escuro é o céu
Eu sei que esse meu amor
Nunca morrerá
E eu a amo

Um amor como o nosso
Nunca poderia morrer
Enquanto eu
Ter você perto de mim (And I Love Her – The Beatles).

<< Kurt Cobain

- Hey! Hey! – fui atrás dos policiais me desvencilhando da Courtney que tentava me segurar. – Me solta caralho! – disse e ela ficou feito estátua com uma expressão que iria chorar.

Shit.

- Desculpe! – me apressei a dizer, jamais poderíamos gritar com uma mulher, eu só me exaltei. – Desculpe! – Repeti. – Mas, olha só o que você causou! – Falei e corri antes que os policiais chegassem à escadaria.

- Kurt! – Hess dizia aos prantos. – O que tá acontecendo? Eu não fiz nada!

- Parem! Vocês não podem prende-la! Vocês não têm provas! Que merda estão fazendo?

- Ela não está sendo presa, apenas detida Sr. Cobain, ela só precisará responder a umas perguntinhas do delegado, que está examinando o seu caso. – Um dos policiais explica.

- Caso? Que caso? – Eu e a Hess falamos juntos.

- Kurt, precisamos conversar... – Courtney disse com um tom choroso que estava me irritando.

- Conversar o que? Courtney! Pelo amor de Deus, o que você fez?

- Eu disse a mídia que essa GAROTA estava te fazendo mal, e por isso você estava cancelando shows... essa menina te deixa mal, você se droga quando está longe dela! E pelo seu bem-estar, eu joguei um processo para que você possa ficar longe dela... – Courtney deu um sorrisinho no final da frase.

A empatia que me perdoe, mas eu estou prestes a explodir.

Hessler fez uma cara do tipo: "que?".

- Com que direito você fez isso? – trinquei os dentes ao pronunciar cada palavra.

- DOIDA! – Hess gritou.

- Melhor ficar calada senhorita. – O outro policial disse. – Vamos... eu vou tirar essas algemas, você não é nenhuma criminosa, irá pacificamente a delegacia e ficará tudo bem.

Hess me olhou e eu assenti.

- Eu vou com você...

- É bom vocês arranjarem um advogado. – O policial mais legal mencionou tirando as algemas.

- Kurt... – Courtney ignorava Hessler. – Precisamos conversar. – Ela repetiu.

- Liga para Axl... ele vai saber o que fazer... – Hess disse me olhando em súplicas continuando a descer as escadas com os policiais em seu encalço.

- Tá bom.

Passei por Courtney e voltei correndo para o apartamento. A loira veio atrás de mim.

- Kurt!

- Eu! – respondi procurando uma bolsa da Hess que tinha seus documentos e o celular dela. Ela iria precisar.

- Não entendo por que está ajudando essa garota! – Courtney cruzava os braços me olhando caminhar por toda a casa.

Fui ao quarto da Hess e achei a bolsa dela, peguei um casaco. Estava frio lá fora, o natal estava batendo na porta outra vez. Abri a bolsa dela e vi uma caixinha lá dentro que parecia um remédio, ergui a sobrancelha quando me dei conta de que era um teste de gravidez. Seja lá o que Hess não estava me contando, eu ia resolver depois.