O que você faria se pudesse voltar no tempo?
Amélie Hessler estava no auge de sua carreira.
Suas canções alternativas encantavam o público.
Hess, como era chamada carinhosamente pelos membros de sua banda não estava feliz, mas ela deveria estar.
Ela...
Quando a aula terminou e todos os alunos me parabenizaram, o professor Robert me chamou.
- Gostei muito da sua pequena apresentação Amélie... Você está dentro! Com certeza estará na minha turma de artes em Seattle... As aulas iniciam depois de amanhã.
- Obrigada professor Robert. – sorri e me virei no momento que Krist e Kurt guardavam as suas coisas na mochila.
- Te vejo em Seattle então... – disse o professor e saiu da sala.
Fui até os garotos, eles me olhavam animados.
- Você foi incrível Hess! – Krist disse e eu sorri.
- Vocês tem aula agora né? Tipo... De outra matéria. – olhei para ambos.
- Temos, mas não vamos. – Kurt respondeu simples.
Cruzei os braços.
- Vocês precisam estudar... É importante. – falei e os dois reviraram os olhos.
- Você está que nem a minha mãe... – Kurt foi saindo da sala e eu e Krist o seguimos.
- Para onde vocês vão?
- Comemorar... E você vai com a gente logicamente! – Krist respondeu.
- Comemorar? O que?
Kurt me olhou incrédulo.
- Comemorar a sua entrada na escola de artes em Seattle! Você canta muito bem Hess! Meus parabéns. – o loiro sorria e ouvir este elogio do meu músico preferido me fez rir também.
- E onde vamos comemorar?
- Vem com a gente... – Krist disse e nos apressamos a sair da escola.
Andamos tanto que minhas pernas estavam travando. Krist parou perto de um barzinho, entrou e logo saiu de lá com duas garrafas de vodka. Ele as guardou dentro de sua mochila.
Suspirei. Era de se esperar.
- Você está bem? – Kurt perguntou.
- Acho que sim. – respondi.
- Já estamos chegando...
Dobramos a próxima esquina e um rio e uma ponte entraram em meu campo de visão.
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Eu reconheci aquela ponte de imediato. A famosa ponte de Aberdeen onde Kurt já passara a noite, provavelmente ele ainda não sabia disso. Engoli em seco passando por uma pracinha ao lado da ponte por onde futuramente seria o memorial de Kurt. Uma tristeza profunda de perdê-lo percorreu meus pensamentos e num movimento rápido me agarrei ao braço dele.
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