Somewhere someday || L.S

capítulo treze

– Então, lidere as pessoas para fora daqui. Eu vou procurá-lo.– Sabia que, provavelmente, em um futuro não muito distante, se arrependeria profundamente dessa decisão.

Procurando não se arrepender tão rápido, ele apenas empurrou Alexander para dentro da passagem secreta e a fechou. Suspirou, pensando que mataria o tal de Luke assim que o encontrasse.

Com esse pensamento em mente, ele começou a correr pelos corredores do castelo. Havia corpos para todos os lados e Harry queria chorar. Acabou encontrando o garoto sentado em um canto escuro do corredor, com a cabeça enfiada em seus joelhos e chorando em meio aos corpos.

– Alexander está te procurando. Vamos! – Styles se aproximou do garoto e o levantou.

– Eu me perdi. Eu não consegui achar ninguém.– Luke disse, chorando. Seus olhos estavam vermelhos e suas mãos tremiam.

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Depois de sair repentinamente do baile, Louis tinha cavalgado o mais rápido que pôde direto para a vila. Mas quando ele e seus homens chegaram lá, não havia nada mais do que dez rebeldes fazendo uma zona na vila. Não se parecia com o que havia sido reportado para ele. Haviam dito que eram centenas de rebeldes queimando vilas e se preparando para um ataque.

Tomlinson olhou para a quantidade de homens que levou as pressas para a batalha, e pensou na quantidade que havia ficado para proteger o castelo. Algo em sua cabeça começou a martelar por um tempo, até finalmente as coisas começarem a fazer sentido.

Um dos rebeldes olhou para ele, piscou e sorriu com zombaria.

– Merda! Era uma distração! – Quando a realização tomou conta dele, Louis segurou as rédeas do cavalo e cavalgou o mais rápido que pôde na direção de onde tinha acabado de vir.

O plano era tirar o máximo possível de soldados do castelo e deixá-lo sem nenhuma proteção.

Enquanto cavalgava de volta, tudo que o príncipe conseguia pensar era Harry. Ele havia o deixado sozinho naquele lugar, que provavelmente estava cheio de assassinos nesse momento. Louis lembrou do que o cacheado disse para ele naquela noite e quis gritar. Havia um ódio enorme crescendo dentro dele naquele instante.

Em um piscar de olhos, que na verdade foram algumas horas, ele havia retornado até o castelo. Seus homens o seguiam, inclusive Noah. Eles pararam perto da floresta e viram algumas pessoas escondidas por ali. Dentre elas estava Alexander, que parecia extremamente aflito.

– Louis, você voltou! – O príncipe mais novo correu até ele. Depois de checar que o irmão estava a salvo, os olhos de Louis começaram a procurar por Harry no meio daquelas pessoas, mas não o encontrou.

– Onde está Harry? – Louis perguntou percebendo que o cacheado não estava ali.

– Ele ficou lá dentro. Eu perdi o pequeno Luke de vista e ele voltou para procurá-lo.– Alexander parecia que ia chorar a qualquer momento. Ele se sentia extremamente culpado por ter se distraído e soltado a mão de seu primo. Era sua culpa que o cacheado ainda estava lá dentro naquele momento.

Louis não ouviu mais nada, ele apenas saltou de seu cavalo, tirou sua espada da bainha e tentou correr na direção do castelo, mas foi segurado por um par de mãos. Ele olhou furiosamente para Noah que tentava o segurar.

– Nós precisamos de um plano. Você não pode só ir entrando assim.– O quarto príncipe disse, tentando fazer o irmão mais velho voltar aos seus sentidos. Normalmente Louis não era o tipo de pessoa que tomava decisões baseadas em seus sentimentos, mas desde que Harry chegou as coisas estavam começando a mudar. Louis faria qualquer coisa para protegê-lo, e aquilo podia atrapalhar na sua forma de julgar a situação.

– Harry está lá dentro. Eu não posso esperar mais nenhum segundo.– Louis o empurrou e tentou novamente entrar no castelo, mas foi impedido mais uma vez.

– Louis, espere!

– Você não entende. Ele me disse que me amava e eu não disse de volta.– Dessa vez, Louis o empurrou com bastante e força e correu, pensando em todas as coisas que poderia ter dito quando Harry disse que o amava, mas não disse.

Tomlinson queria ter dito que o amava também, que o amava mais do que qualquer coisa e que faria tudo por ele. Ele quis dizer que gostaria de ver Harry dormir e acordar todos os dias de sua vida, que gostaria de pintar inúmeras telas retratando toda a sua beleza. Era Harry a quem seu coração pertencia, e sabia que dali para frente sempre seria dele. Mas no momento que aquelas palavras saíram da boca do cacheado, Louis entrou em choque. Ele nunca imaginou que Harry poderia o amar da mesma maneira que ele o amava. Não conseguiu dizer nada de volta, e apenas viu a expressão de decepção no rosto do outro enquanto se afastava.

Foi pensando nisso que ele entrou no castelo, com seus soldados logo atrás dele..

– Vá procurá-lo. Eu vou liderar os homens e me certificar de que o rei está bem.– Noah disse assim que adentraram o local.

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Harry tentou correr com o garoto de dez anos em seus braços, notando que o som da batalha estava cada vez mais próximo deles. Quando foi virar um dos corredores, ele deu de cara com um dos homens vestidos de preto. O homem sorriu de forma assustadora para ele e ergueu sua espada.

Styles pensou o mais rápido que conseguia. Ele colocou o garoto, que chorava desesperadamente, no chão.

– Eu quero que você entre em um desses quartos e fique lá. Não saia de jeito nenhum.– O cacheado empurrou Luke, que correu direto para um dos quartos mais próximos e entrou.

Harry respirou fundo. Não havia muito o que ele podia fazer para se defender, principalmente pelo fato do homem ter uma espada em mãos. Mas ele ia tentar da melhor maneira que podia.

Ele correu, esperando que o homem viesse atrás dele e esquecesse o garoto trancado no quarto, e aparentemente funcionou já que ouviu passos pesados atrás dele. Harry percebeu que a sorte realmente nunca estaria do seu lado quando tropeçou em um dos corpos espalhados pelo corredor, igual naqueles filmes de terror que o protagonista tropeça e cai como bosta. Ele foi direto ao chão, porém, teve o reflexo mais rápido de toda a sua vida e se levantou rapidamente. Mas no momento em que se levantou, o homem já estava muito perto e tinha sua espada apontada na direção de Harry.

De repente um corpo entrou na frente da lâmina e abraçou o seu. O cacheado levantou seu rosto para ver quem tinha sido o louco e encontrou os olhos azuis de Louis o encarando. O príncipe o empurrou para longe antes que pudesse dizer qualquer coisa. Tomlinson virou-se para o homem e os dois começaram uma furiosa batalha. Não demorou muito para que Louis, o melhor guerreiro de todo o reino, derrubasse o homem e fizesse com que ele caísse desacordado.

Os olhos de Harry se encheram de lágrimas e uma onda de raiva invadiu o seu corpo. Ele foi até o príncipe que estava de costas para si.

– Você ficou louco? Que tipo de pessoa se coloca na frente de uma espada por outra? – Styles deu um soco nas costas de Tomlinson, o fazendo se virar assustado.

– Eu estava te protegendo.– Tomlinson disse como se fosse a coisa mais natural do mundo. Harry quis socá-lo até seu rosto ficar irreconhecível.

– Nunca mais coloque seu corpo na frente de qualquer coisa pra me proteger.– O pensamento de Louis se machucando para lhe proteger aterrorizou Harry de uma forma que nem ele mesmo conseguia entender.

– Harry, eu te amo.– Toda a raiva dentro de Styles pareceu se dissipar ali mesmo. Era a primeira vez que alguém o olhava com tanta sinceridade e dizia aquelas palavras com tanta certeza.

– Louis! – Noah correu na direção dos dois, havia sangue em suas roupas e seus olhos estavam vermelhos.– Papai está morto e eu não consigo achar Robert em lugar nenhum.

Era isso. A coisa que Harry sabia que estava esquecendo. O rei, Troy Tomlinson, era morto em novembro de 1732 por um grupo de assassinos que invadiu o castelo.