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Aiiii, caralhou.

Faz umas duas horas que a gente tá aqui, e nada.

Thay: Ai, gente...será que eles não vão sair dessa sala nunca? - pergunta nervosa.

Tá demorando demais essa bagaça.

Já comi minhas unha tudo aqui.

Rei: Aê povo, num posso mais ficar, tenho um morro pá comandar. VT já tá inchendo o saco.- nega e beija a testa da minha mãe, depois levanta e beija a minha.- Tchau. Me dá notícia aí.- aponta pra gente.

Lua: Pode pá.- acinto e ele sai.

Carálho, sem neurose, se essa porra demorar mais, eu invado essa sala e faço esse véi abrir o bico pra falar qual que é dessa fita.

Depois de uns cinco minutos, finalmente a porta se abre e ele sai de cara fechada.

Nóis já levanta no ato, e eu já quero voar no pescoço dele só pelos 2 segundos que ele ficou olhando pra nossa cara sem falar um "A".

Tomar no cú.

Thay: Eaí, doutor? - pergunta nervosa.

Médico: Bem, tenho uma notícia pra dar a vocês.- fala sério.

Ih, lá vem quizumba.

Lucas: Qual que foi do bagulho? - pergunta meio tenso.

Médico: Para deixar mais simples..: A criança tem um leve problema no coração.- todo mundo suspira triste e se senta quase em sincronia.

Porra, minha sobrinha, cara...

Yuri me abraça de lado e beija minha testa.

Ainda bem que eu tenho ele...

Minha mãe fecha os olhos triste e lágrimas descem dos seus olhos.

Lucas: E essa fita é grave? - pergunta e engole sêco.

Médico: Bem...é um problema que pode ser fatal enquanto ela ainda não veio ao mundo.- nega.

Porra...que merda!

Yuri: Mar dá pá fazer algum bagulho pra impedir ota coisa séria? - pergunta.

Médico: Sim! - todos nós nos viramosa pra ele.- Por sorte, é um problema que dá pra controlar. Com repouso da mãe, sem passar estresse ou ráiva...enfim. Só ainda não temos a cura definitiva, infelizmente.- nega.

Bom, já é um começo.

Lucas: Mas ela vai ter isso pra sempre? - pergunta e arqueia a sobrancelha.

Médico: Sim.- suspiramos.- Mas os sintomas são só cansaço, algumas pequenas dores no peito...nada demais, e isso só se ela não tomar os remédios prescritos.- fala despreocupado.

Hm, pelomenos não é tão sério.

Thay: E ela já pode ir pra casa? - pergunta se levantando.

Médico: Sim, mas ela tem que ter um repouso, tanto fízico quanto mental.- fala e acentimos.

Pelomenos a gente vai poder cuidar dela em casa.

Uma enfermeira traz ela numa cadeira de rodas e Yuri empurra até o carro.

A Problemática Da Rocinha Onde histórias criam vida. Descubra agora