Saio do banheiro alíviada por não sentir mais aquele gosto orrorível.
Me jogo na minha cama e vou mecher no celular.
O Yuri nem ficou. Disse que tinha que ir ver umas cargas que chagavam hoje.
Saco!
Meu celular começa a tocar e a tela muda pra foto do meu pai.
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-Alô?Papis: Oi, filha. Seguinte: Nóis pegou aquela puta que bateu em tu. Ela tá aqui na 17. Tu quer vim fazer alguma coisa com ela?
Minha chance de descontar toda ráiva dela.
- Quero! Já tô indo.
Papis: Suave, vem logo.
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Hm, quero só ver a cara dela.
Levanto da cama num pulo e já saio do quarto.
...Entro na salinha e vejo ela amarrada numa cadeira. Ela tá chorando igual criança.
Bem feito.
A boca dela tá cortada e seu nariz sangra também. Seu olho direito tá inchado e roxo.
Nossa, certeza foi meu pai e o Lucas.
Lua: Oi, piranha.- falo sorrindo.
Jú: Vagabun...- nem termina a frase e eu já dou um murrão na fuça dela fazendo a cabeça dela ir pra trás.
Dou tapas nas suas bochechas sem parar.
Ela grita e chora enquanto eu só desconto minha ráiva de anos.
A gente se conhece desde pivetas.
Ela morava na minha rua, então a gente se via todo dia. Infelizmente. Desde criança nunca gostei dela.
Meu santo nunca bateu com o dela, ele queria era bater nela.
Uma vez, eu tava brincando de futebol com os mulekes *Cobra, Pópó, Tito, Vitin, Rato e Gabriel(Um amigo meu que já morreu.)*
Aí, a bola caiu no quintal dela. O Gab foi pedir de volta, e ela abriu o portão, com a bola numa mão e uma faca na outra. Adivinha? Ela furou a bola várias vezes e jogou na minha cara.
Os meninos íam se vingar, mas eu pedi pra deixar queto.
Tinha pena pq ela nunca teve amigos, tava sempre sozinha.
Mas, o tempo foi passando, e a pena foi sumindo. Hoje só tem ranço mesmo.
E agora tamo aqui né: Eu metendo o cacete nela.
Sinto um enjôô e paro de bater nela, correndo pra fora.
Vomito denovo no beco.
Meu pai, de onde tá saindo tanta coisa? Pq eu num comi mais nada.
Lucas: Ou, tu tá bem? - chega por trás de mim segurando meus cabelos.
Ô perguntinha idiota.
Lua: Tô ótima né.- falo sem paciencia e limpo minha boca.
Lucas: Ou, tá bom. Tu hoje tá muito chata.- fala sem paciência e entra na salinha denovo.
É, hoje eu tô bem extressada.
Num sei, me sinto extranha...
Deve ser, como diz minha mãe, uma viroze.
Entro na salinha denovo e meu estomago já embrulha. O nariz dela e sua boca sangram bastante, e seu olho tá vermelho.
Lua: Ai, essa vagabunda me embrulha o estômago.- falo com nojo.- Eu vou embora pra casa.- falo segurando o enjôo.
Rei: E oq tu quer que nóis faça com ela? - pergunta com as mãos na cintura.
Lua: Expulça ela do morro. Num quero ver tua fuça nunca mais.- olho pra ela com desdém.
Júliana: E...onde eu...vou morar? - pergunta com a voz fraca.
Lua: Se vira, vadia. - saio de lá.
Vejo meu friends passar e já grito chamando ele.
Pópó: Fala, baleia.- para a moto na minha frente e beija minha testa.
Lua: Me leva pra casa.- choramingo.
Ele revira os olhos mas acena pra eu subir e eu o faço.
...
Entro correndo no banheiro e já escovo meus dentes.Aiiiii, que gostin ruim!
Termino e guardo a escova enxugando minha boca. Saio do banheiro e me jogo na minha cama, cansada.
Nossa, já tô com sono.
E só são 15:12.
Tô mal mermo em...
Acho que amanhã eu vou no postinho tomar uma injeção pra acabar com esses enjôos.
Yuri: Oi, princesa.- ouço sua voz e vejo ele sentar na minha frente com uma cara preocupada.- Teu irmão me disse que tu tava mei ruim, vim ver como tu tá.- fala e faz carinho em minha bochecha me fazendo sorrir fraco.
Lua: Tô bem já.- acinto.- só preciso que alguém durma agarradinho comigo.- falo manhosa e me sento em seu colo abraçando seu pescoço.
Ele sorri e me beija.
Amo o beijo dele!
Sei lá...é um beijo quente e carinhoso...
Só sei que ele é um gostoso. O MEU gostoso!
Ele me deita na cama ainda me beijando e eu nos cubro com um edredom.
Yuri: Tá um calor da porra, Luára.- resmunga entre o beijo.
Lua: Pra isso que serve ar condicionado.- mordo seu lábio e viro meu rosto pro criado mudo ao meu lado, pegando o controle do ar.
Ponho no 16 e olho pra ele.
Yuri: Ah, lembrei: Tu é rica.- revira os olhos e eu rio o beijando novamente.
Nos aconchegamos e eu já durmo de primeira.
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A Problemática Da Rocinha
Teen FictionEla cresceu com ameaças e com medo de perder quem mais ama, tudo por causa do tráfico. Seu pai é um dos traficantes mais temidos e odiados do Rio de Janeiro, e sua mãe, assim como ela, sempre recebeu inúmeras ameaças, por ser mulher do Traficante ma...