57

8.8K 467 58
                                    

Lua🌛

Abro os olhos lentamente e vejo uma luz branca...

Carái, minha barriga tá doendo de fome.

Olho em volta: um quarto todo branco.

Porra será que eu morri e num tô lembrando?

Se eu morri, eu vim pro céu?

Oxi, num sabia que todo mundo podia entrar no céu assim não...

Mas, Se até eu entro aqui, o inferno vai falir.

Gente...passada.

Lua: Onde é que eu tô? - pergunto tonta.

Lya: Postinho.- ouço a porta se abrir e vejo a Lya entrar.

Sorrio fraco e ela vem até mim.

Lua: Por quê eu tô aqui? - pergunto me sentando na cama.

Lya: Tu deu mó susto em todo mundo, fia. Tu desmaiou no mei da rua.- fala e eu escondo meu rosto com as mãos.

Eu num canso de passar vergonha.

Lua: Que King Kong que eu paguei, porra.- négo e ponho minha mão na boca.

Ela ri e se apoia na cama.

Lya: Pois é. E eu só consegui te trazer aqui, porquê o Yuri apareceu e te trouxe no colo.- fala e eu franzo as sobrancelhas.

Gente, ele que me trouxe? E no colo? Acho que vou fingir desmaiar denovo depois, só pra ele me pegar no colo outra vez.

Lua: Ele tá aí? - pergunto empolgada.

Lucas: Tá não, cria.- entra no quarto junto com minha mãe.- Ele vazou quando soube que tu tava bem.- se encosta na parede perto da porta.

Aff, nem pra ficar.

Vacilão.

Mas pelo menos ele se preocupou, né.

Sinais, ótimos sinais.

Lua: Mas, enfim, oq foi que me deu? - pergunto e minha mãe faz cara feia.

Será que eu vô morrer?

Thay: Tu passou o dia todim sem comer por quê, Luára? - pergunta brava.

Eita carái, verdade.

De manhã eu nem tomei café, na verdade, nem água eu tomei.

E passei a tarde no salão cheirando produto químico.

É, tô querendo morrer mermo, viu.

Lua: Ai mãe, num me lembrei nem de comer, com tanta merda que aconteceu e com as fofocas do salão.- rio fraco e ela cemicerra os olhos.

Thay: Da próxima vez eu vou te dar uma surra, garota.- aponta pra mim e eu rio.

Rei: E eu ajudo.- entra na salinha rindo fraco e vem até mim me dando um beijo na testa.

Lua: Vão nada, e se tentar eu corro.- debocho e minha mãe dá um tapa no meu pé.

Thay: Deixa de ser aldaciosa.- brinca.

Rei: Puxou à tu.- aponta pra ela rindo.

Ela dá um murro de leve no braço dele e ri.

É como diz a música: Entre tapas e beijos.

Ô família doida.

Mas, eu amo.
...

Pópó: Ô menina pá cumê.- fala assustado e com as sobrancelhas franzidas.

A Problemática Da Rocinha Onde histórias criam vida. Descubra agora