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Lua: É OQ???? Grávida?? - pergunto auto com olhos arregalados, nervosa.

Enfermeira: Sim. Você tá com 1 mês de gestação.- fala calma e sorrindo.

Meu pai do céu...

Eu vou morrer!

Gente....eu num sei cuidar nem de mim...

Lua: Ô mulher, faz isso comigo não, bixa. Aí tu enfraquece o baile, pô.- falo pondo minha mão na testa e andando de um lado pra outro na salinha.

Enfermeira: Calma. Gravidez num é o fim do mundo, muito menos da vida.- fala calma e põe a mão no meu ombro.

Ah...

Eu vou matar o Yuri!

Se bem que a culpa é minha também.

Mas, ele tinha que gozar dentro?

Porra!

Lua: Mas, eu num queria um filho agora, gente...- falo negando em choque.

Enfermeira: Bom, mas aconteceu, e agora você precisa contar pro pai da criança...pra família...enfim, tenho certeza que eles vão adorar a notícia.- ela sorri e eu sorrio fraco.

É...acho que eles num vão ficar tão pistolas né...

Quer dizer, espero que não, né.

Mas, essa criança vai atrapalhar meus estudos...

Afffffff, por quê eu num usei a merda da camisinha? Não, melhor, por quê eu num virei frêra? Porra, bem mais fácil.

Mas, se bem que eu sempre usei camisinha...

Lua: Mas, eu nunca tranzei sem preservativo.- nego.

Enfermeira: Tem certeza? As vezes o negócio tá tão bom, que a gente esquece de se prevenir.- cruza os braços.

Lua: Não, eu...- paro.

Carálho....carálhoooouuuu!!!!

No dia que eu voltei com o Yuri, a gente não usou a merda da porra da camisinha.

Que burra! E burro também!

Lua: Nossa mano, eu sou uma jumenta! - nego pondo minhas mãos no rosto.

Enfermeira: Não. Você só foi inconsequente.- fala compreensíva.

Suspiro e acinto.

É, num deixa de ser uma verdade...

Lua: Tá bom, tchau. Tenho que ir ver oq eu faço.- passo minha mão em meu cabelo e fecho os olhos.

Enfermeira: Vai. Vai esfriar as idéias.- me abraça.

Hm, gostei dessa senhora.

Lua: Tá.- acinto. Vou pra porta e a abro.- Ah, num fala pra ninguém isso, tá.- olho pra ela.

Enfermeira: Nem que eu quisesse eu poderia. Eu fiz um juramento, e eu tenho que ter o sijílo médico.- cruza os braços e eu acinto saindo.

Saio do postinho desnorteada.

Porra, meu sono da beleza...

Tomar banho a hora que eu quizer...

Tranzar a hora que eu e o Yuri quizer...

Ô Deus...

Minha juventude...

Os baile que eu vou perder...

É, minha vida vai mudar muito!

Mas, se eu fui mulher pra fazer, eu vou ser mulher de assumir os b.o que vier.

"É. Isso mesmo."

Esse bb, independente do sexo, vai ser muito amado.

Claro que eu vou dar uns tabefes quando me fizer ráiva, mas vou dar muito carinho e amor.

E tenho certeza que o Yuri vai ser um pai babão.

Imagino até minha família...

Tudo paparicando.

Vai ser enjoado meu muleke, ou moleka.

Agora, o que tá pegando é contar essa novidade pra eles.

"Tomára que não surtem."

Ô Deus...

...

Abro a porta de casa e vejo a gangue toda reunida.

"Parece até que adivinharam..."

Né.

Que bosta.

Lua: Oi povo.- falo apreensíva e fecho a porta.

Rei: Menina, onde é que tu tava? Nóis tudo te esperano po almoço.- cruza os braços.

Lua: Ah...eu tava...eu tava dando uma volta pelo morro. Espairecer a mente.- sorrio falsa sem mostrar os dentes e me sento no colo do Lucas.

Eu sei, eu devia ter falado.

Mas, eu num tô pronta pra falar isso agora.

Enfim, eu vou falar na hora certa.

Lucas: Quê que foi isso no teu braço? - pergunta no meu ouvido.

Puta...

Lua: Ah...acho que foi um bicho que me picou...- sorrio sem mostrar os dentes e ele franze as sobrancelhas.

Lucas: Bicho assassíno...- fala desconfiado mas volta a conversar com o povo.

Uffa.

"Mas, eu acho que ele tá desconfiando de algo."

Também acho.

Mas, depois eu vejo isso.

Agora eu só preciso pensar em como falar.

Ô vida...

A Problemática Da Rocinha Where stories live. Discover now