04° Reinado: Imersão

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Encarou o Príncipe, parecendo ponderar, por um momento. Cruzou os braços contra o corpo, se virando totalmente para o mais novo. —Eu tenho algum conhecimento sobre o que falamos. Amanhã vou tentar ajudar nisso, o que me diz? — falou, antes de estender a mão na direção de Jeon. Mas não como um aperto, e sim com a palma para cima, esperado que colocasse a dele sobre ela.

O Príncipe franziu o cenho em confusão, antes de lentamente colocá-la ali, e Jimin surpreendentemente a levou até os próprios lábios, parando em seguida num momento de hesitação, sem realmente beijar sua pele, antes de erguer a cabeça, mas não o olhar.

— O que quer que sejam, não irão te alcançar. Boa noite, Alteza. — concluiu, indo em direção ao portão, deixando o Príncipe ali.

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Mais tarde ao se deitar, não importava o quanto rolasse na cama, parecia incapaz de dormir. Não era novidade, no entanto o caso dessa vez tinha uma razão a mais. O cavalo de fato estava bem, e havia voltado a suas atividades normais. E o professor...

Ergueu a mão que ele não havia beijado, a sentindo com a outra. Por que não beijou?

A sensação era estranha porque lembrava o que alguns súditos tentavam fazer com o rei, coisa que sempre lhe trouxe ideia de desconforto, mas apenas pareceu surpreendente vindo de Jimin, mais cedo, e não deveria distraí-lo de dormir. Ele franziu o cenho, ainda pensando. É só que... tinha algo de errado nesse gesto? Porque o professor pareceu perdido por um momento, assim que o fez.

Num longo suspiro, ele virou para o lado, apertando os olhos, e tentando se concentrar em adormecer. Saber que finalmente receberia alguma ajuda era animador, porque estava cansado de sentir medo, antes quando Chung-hee contratou médicos para que seus episódios noturnos fossem tratados, todos pareciam ter medo de lhe dar o diagnóstico de loucura, afinal de contas quando o Rei estivesse presente de novo e soubesse que seu filho tinha sido humilhado à esse ponto, todos temiam que a mão de ferro ao governar e punir, do antigo Rei e pai de Jungeom Jeon se fizesse presente de novo.

Horas depois, Chung-hee veio acordá-lo como fazia todos os dias, e comeu como fazia todos os dias, enquanto sol e lua trocaram de lugar duas vezes. — Tubo bem, Príncipe Jeon?

O mais novo balançou a cabeça mais uma vez exausto. As noites sempre pareciam curtas e de alguma maneira cansativas, mesmo sem pesadelos. Encarou a janela, percebendo que muitas manhãs começava assim, contemplativo e estagnado. — Sim... Tudo bem.

Mas seu coração ainda estava inquieto, como se aquele não fosse um dia qualquer. Foi mais cedo esperar o professor na sala, aguardando sua chegada sentado à mesa. Ouviu a porta finalmente se abrir, e se ajeitou no lugar, vendo o outro se aproximar de si. Fechou o caderno, depois de usar a última página, escrevendo. Escrevendo enquanto tentava entender algumas coisas, sua mente pairando até parar em Jimin, que tinha chegado. Os olhos dos dois se encontraram imediatamente.

— Boa tarde, Alteza.

Jungkook se sentiu respirar profundamente. Não estava sozinho.

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— Não sei se aqui aconteceu a maioria das vezes. Mas certamente foram várias. Havia uma poltrona que mandei remover, porque vi alguém sentado sobre ela. — Contou, sendo objetivo e claro em sua explicação. — A poltrona de couro havia sido levada semanas atrás, depois do ocorrido, no entanto, provavelmente não era o suficiente para parar os eventos.

— Não seriam peças de roupas? — O professor questionou, enquanto andava pelo quarto.

— Não. — o Príncipe disse, convicto. — Também aconteceu uma vez no rio. Algo segurou meu tornozelo, me puxando para baixo. Me afogando. — murmurou. Fora as outras vezes no passado, embora não tenham sido tão intensas e reais como essas. — Eu realmente gosto de passar muito tempo do lado de fora, isso nunca tinha acontecido antes, não na luz do dia.

[CONCLUÍDA] Overlord| JikookOnde as histórias ganham vida. Descobre agora