30. Jogada de Mestre

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FELLIPO BARONE

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FELLIPO BARONE

       Vê-la tão perto de mim e ao mesmo tempo tão longe mexia comigo. Aquela mulher sempre fora a minha perdição, a quem trazia o caos para minha vida como uma língua afiada de pirralha. O pior era ter que fingir essa maldita amnésia, que porra era essa que eu só não lembrava dela? Só um doente não lembraria.

Eu lembrava de tudo, lembrava da primeira vez que vi aquele sorriso lindo, que roubei o primeiro beijo e a noite em que fizemos o nosso bebê. Em todos esses momentos ela estava linda, a pessoa mais importante da minha vida e que eu faria de tudo por ela.

Até mesmo "esquecê-la".

Era tudo um plano maluco de Lorenzo, mas que parecia estar dando certo, ele estava junto com Bryan Carson e isso era algo raro. Ele odiava o agente e fugia do mesmo como o diabo foge da cruz, mas pela felicidade da irmã ele faria de tudo.

Ela era teimosa, uma gata selvagem, sempre foi e sabíamos que estava conspirando com Bryan para prender Heitor. Nós também estávamos, era questão de tempo para tudo se resolver e eu poder viver pra sempre com ela.

Acariciei seu cabelo, que nesse momento cobria seu rosto, afastei as madeixas rebeldes assim como a dona e admirei cada traço.

Essa mulher era sensacional. Eu era um homem terrível, fiz coisas terríveis, mas perto dela eu não passava de um gatinho indefeso.

A noite passada havia sido perfeita, cada gemido dela estava gravado em minha memória e não poupei esforços para satisfazê-la. As marcas em minhas costas mostravam o quanto a nossa química era de outro mundo, desde adolescentes.

Dei beijinhos em seu pescoço e rosto para que acordasse, pude ver o sorriso lindo e o abrir de olhos dela pela manhã. Era uma visão e tanto.

— Bom dia pequena dorminhoca.- Falei baixinho.

— Dormi tanto assim?

— Um pouco.- Ela riu.

— Que vergonha.

— Não precisa, acho que já somos bem íntimos.- Sorri ativando o modo cafajeste com sucesso.

Ela me devolveu em resposta um travesseiro na cara, logo se levantando. Seus cabelos estavam revoltosos e não consegui não rir daquela cena.

Levei outra travesseirada, bem que estava merecendo.

— Babaca.

Ela saiu batendo os pés para o banheiro e eu não poderia estar feliz com aquilo, logo estaríamos morando juntos.

Ela seria surpreendida.

[...]

     Lorenzo anda de um lado ao outro, a essa hora sabíamos que Lora havia ido até Brayan e escolhera o meu casamento fajuto com Giordana como palco. Aquela menina não perdia a rebeldia, eu adorava todos esse desaforo.

— Eu espero que Lora não faça mais nada, agora tudo está certo, Heitor não vai escapar mais.

— O velho é duro na queda, temos que ficar de olho.

— Disso eu sei, afinal ele é um Bertholdi.

Que família que eu fui me meter.

— Eu não aguento mais ficar fingindo não lembrar de Lora para aquela mulher e para mamma também.

Lorenzo me olhou com um sorriso debochado.

— Para de ser uma mocinha, cara.- Ele riu. — Minha digníssima irmã logo será sua esposa e acho bom você cuidar muito bem dela dessa vez.- Lorenzo pegou em sua cintura, mais especificamente em sua inseparável pistola.

Maldito italiano, sempre protetor.

— Fica tranquilo cara, eu sei cuidar daquela pirralha.- Falei colocando minhas mãos ao alto em rendição.

— Seremos família agora e acho que tá na hora de revermos algumas coisas na Nostra Onore.

Sabia bem do que Lorenzo falava, havia muita sujeira ao meio dos homens de honra.

— O que pensa em fazer?

— Muitas coisas. E em alguns anos terei que preparar Henrique para o meu posto, mas o moleque parece não querer nem saber disso tudo.

Eu concordava com aquilo, Henrique parecia odiar todo esse ambiente e se ele se recusasse ao trono dos Bertholdi talvez uma guerra acontecesse, ninguém recusava a máfia.

— De um tempo pra ele, nós também precisamos do nosso.

Lembro bem como foi difícil a iniciação nesse mundo, mas logo a gente se acostuma com essa vida e não quer mais sair disso. Se torna tudo que temos, tudo que devemos fazer e tudo que todos esperam de nós.

— Sei disso, mas sinto que muitos problemas estão por vir.

— Problemas sempre existem, não sofra por antecipação amigo.

— Talvez esteja exagerando mesmo.

Ele reconsiderou.

— Me preocupa que Vicenzo não tenha voltado da lua de mel com Paola.

— Ele não quer se importunado só isso, o cara foi ver a sogra na lua de mel tem coisa pior?- Renato rindo.

— Nem venha, que mamma é uma ótima sogra pra você.- Lorenzo falou bravo.

— A sogrinha é show, mas ela ainda não sabe que é sogra.

— Questão de tempo...agora chega desse papinho mole e vamos trabalhar, cazzo.

Lorenzo me expulsou do seu escritório, saí rindo é claro. Tínhamos uma ligação forte, somos bons amigos e sei que essa ligação permaneceria para sempre.

Íamos ser da mesma família agora e pela família um homem de honra era capaz de tutto.

Por Lora então nem se fala, faltava muito pouco para esse inferno acabar.

Porém agora teria que ir provar o maldito terno que usaria na cerimônia e aguentar mamma em meu ouvido.

Ela odiava Lora, o sentimento era recíproco, mas sabia que mamma só era alguém extremamente ciumenta com seu filho único. E ela teria que aceitar a nora, cedo ou tarde.

Não abdicaria mais de Lora por nada e nem ninguém. Os dias que éramos afastados acabaram, ninguém mais faria isso. Eu não permitiria.

Proibida Paixão - Leis da Máfia (Livro īī)  Onde as histórias ganham vida. Descobre agora