04. Rebeldia

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   Havia finalmente conseguido sair da mansão dos Barone

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   Havia finalmente conseguido sair da mansão dos Barone. Lembrei-me de uma saída aos fundos do jardim que dava diretamente a rua e aquilo foi a minha salvação, ao menos por um tempo. Estava receosa com as consequências, pensava nisso a cada instante enquanto o táxi que pedi se encaminhava a minha casa.

Talvez Heitor já estivesse por lá me esperando, mas no fundo eu esperava que não. Precisava alugar um apartamento e viver a minha vida finalmente, sem precisar depender do Heitor e do seu dinheiro sujo da Nostra Onore.

Porém o meu sonho de liberdade parecia distante.

O táxi havia parado de andar, estava em frente a casa que cresci, mas que já não sentia ser o meu lar. Paguei o taxista e vi ainda ele partir antes que eu tivesse coragem de passar os portões.

Cumprimentei os seguranças como sempre fazia, já que os mesmos trabalhavam aqui a muito tempo sendo fiéis e caminhei vagarosamente até estar dentro da mansão.

O silêncio pairava o hall de entrada, passei por aquele corredor cheio de quadros lentamente, como nunca havia feito. Ele já me esperava, sentando como um rei em sua poltrona.

Heitor não deixaria nada passar, ele nunca era piedoso.

— Boa noite.- Falei quase como um sussurro.

Heitor olhou diretamente pra mim e sua expressão era a mesma severa de quando era criança e vivia aprontando por aí.

— Mais uma vez você não cumpriu as regras, Lora.-  Ele falou se levantando e indo encher seu copo de Uísque.

Eu odiava aquela forma fria que ele sempre usada contra mim, a minha infância e a de Lorenzo não havia sido fácil. Ele foi mais um general do que o nosso próprio pai.

— Eu não faço parte da máfia, papà.- Retruquei.

Pois a garota que ficava calada já não existia mais. E eu não havia feito nada, não tinha culpa de Fellipo acabar um noivado.

Não mesmo.

— Você sempre fez, não há como fugir do que está no seu sangue.

Eu discordava, me negava a aceitar aquele destino tão cruel.

— Não, eu sou dona de mim e decido o que é melhor pra mim.- Ele riu, gargalhou.

— Não nessa casa e não sendo minha filha.

Eu só queria ter um pai que me apoiasse, não que fosse autoritário.

— Você vai fazer o que? Me prender, só porque eu não desejo ser como você?- Cuspi aquelas palavras ácidas.

Eu estava lutando contra mim mesmo para não chorar, já não bastava aquele maldito bilhete para me desestabilizar.

Agora era isso, eu não conseguia ter paz.

Proibida Paixão - Leis da Máfia (Livro īī)  Onde as histórias ganham vida. Descobre agora