23. Reviravolta

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LORA BERTHOLDI

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LORA BERTHOLDI

      A minha barriga começava a aparecer, o meu bebê estava se formando aos poucos, entretanto ainda estava nos meses decisivos e de risco. Não poderia passar nervoso ou vivenciar nada que me causasse estresse. Já sentia os sintomas da gravidez me deixarem cansada, com os pés inchados e com um enjôo terrível todas as manhãs.

As coisas não saíram como tinha planejado, Heitor havia descoberto tudo e o meu destino foi traçado a partir dessa descoberta. Estava prestes a entrar na igreja com Lucca Montanari, ele era o meu noivo e não Fellipo. E é claro que ele faria com que me casasse antes que a barriga começasse a aparecer realmente.

Fellipo estava prometido a outra e a quebra desse casamento causaria uma grande guerra entre famiglia. Nunca poderíamos ficar juntos, mesmo que as escondidas nos víamos, porém se alguém descobrisse uma possível Vendetta seria realizada.

E eu temia muito por isso.

Não queria Fellipo morto, pois esse era o destino de alguém que sofresse com uma Vendetta.

A madrugada havia se tornado a melhor hora do dia para mim, era vigiada 24 horas pelos soldados de Heitor e era uma quase missão impossível escapar dessa prisão.

Porém eu conseguia.

Só que nos últimos tempos por conta da barriga eu mal conseguia me movimentar, então Fellipo sempre vinha até mim de alguma forma.

Hoje era uma dessas madrugadas, já se passava das 2 da madrugada e eu aguardava ansiosamente por ele.

Meus dedos batiam nervosos em minha perna descoberta, meus lábios estavam sendo mordidos a cada instante e as batidas rápidas do meu coração eram impossíveis de controlar.

O barulho da janela sendo aberta me revelava que a espera tinha acabado por hora. Com um sorriso que mal cabia em meus lábios me viro para um Fellipo ofegante, porém feliz.

Corri em sua direção e o beijei apaixonadamente.

— Espero ser recebido dessa forma sempre.- Ele me deu um de seus belos sorrisos.

— Sempre será.- Toco seu rosto com carinho.

E corro para ir buscar a última ultrassom que fiz, sabíamos que um bambino aumentaria a família Barone e Bertholdi.

— Nosso filho está grande e saudável.- Ele pegou o papel em mãos.

Olhando cuidadoso e com um brilho extraordinário, ele não podia ir comigo. Mas sempre deixava ele a par de tudo e o fazia se sentir presente em todos os momentos.

Ele tinha o direito.

— Vai ser o terror das ragazzas.- Fellipo sorriu largamente.

E eu revirei meus olhos, homens e suas baboseiras.

— Ele não será como você...

Joguei em sua cara e ele logo veio me abraçar.

— Não precisa ficar enciumada, só tenho olhos para você, amore mio.- Ele beijou minha testa em um gesto carinhoso.

O sentimento era bom quando estávamos só nós dois e nosso bambino.

— Eu só queria que todo o resto fosse um pesadelo e que pudéssemos ficar juntos.- Desabafei com lágrimas nos olhos.

A gravidez ajudava a me sentir frágil e chorava a todo instante.

— Eu sempre vou ficar com você, não importa o que eu precise fazer para isso.- Ele sussurou. — Eu te amo, pirralha.- Sorri com o apelido.

Pela primeira vez eu gostava de como aquela palavra saía de seus lábios, a realidade é que sempre gostei.

Ele me deitou na cama com cuidado e beijou cada canto de meu rosto, descendo por meu pescoço e se demorando por ali. Eu arfava com o contato e sentia-me viva.

Sempre me sentia assim quando Fellipo me tocava e mostrava o quanto eu era importante para ele.

Com o mais puro amor beijou minha barriga e descansou sua cabeça ali.

— Eu prometo proteger você e sua mãe, vocês são as pessoas mais importantes da minha vida.- Já chorava nessa altura.

Acariciava com amor os cabelos de Fellipo e nosso bebê parecia responder a bolha que se formava ao nosso redor.

Senti alguns chutes fortes, o garoto era travesso e sinto que me traria algumas noites sem sono. Porém eu o amaria como nunca e o protegeria do mundo.

O tempo passou depressa, conversamos por horas e se que pudéssemos perceber adormecemos daquela forma.

Os primeiros raios da manhã se faziam presente quando a porta foi aberta por Heitor e tudo desmoronou.

Nosso pequeno mundo desmoronou tão rápido quanto um castelo de cartas.

Acordamos assustados com o grito que Heitor deu, havíamos sido descobertos e sentia que não haveria misericórdia.

— Eu os avisei para se afastarem, as vossas sentenças foram traçadas a partir da rebeldia de ambos.- Heitor pronunciou cada palavra arduamente.

Logo alguns soldatos estavam levando Fellipo para longe e meu coração estava pequeno no peito. Chorava copiosamente e sentia dores fortes em minha barriga.

— Não faça nada a ele, Heitor.- Pedi clemência, como nunca antes em minha vida.

Heitor me olhou sério, não havia compaixão, ele nunca fora o meu pai realmente, sempre o Dom da Nostra Onore.

Vendetta.- Ele pronunciou com crueldade.

E bateu a porta atrás de si.

Me deixando aos prantos e totalmente sem forças para lutar. Mamma logo estava me abraçando e me consolando, mas aí era tarde demais.

Sangue escorria de mim e eu temia pelo pior.

— Mamma me ajuda, pelo amor de Dio.

Ela aos berros gritou algum soldato e logo estavam me levando para o hospital.

Eu estava perdendo o meu bebezinho, o meu amor e a minha vida.

Eu odiava Heitor, odiava com todas as minhas forças.

Proibida Paixão - Leis da Máfia (Livro īī)  Onde as histórias ganham vida. Descobre agora