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LORA BERTHOLDI

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LORA BERTHOLDI

O vestido tubinho e brilhante estava lindo em meu corpo. Hoje seria o dia que me permitiria me divertir, sem Heitor, sem máfia, sem problemas e sem ninguém pra dizer o que tenho que fazer ou não. Eu havia assinado minha liberdade, aproveitaria com muito sucesso e felicidade. Necessitava desse tempo para mim, apenas para mim.

Contatei Gianna que não pensou duas vezes em aceitar uma noite vip na mais badalada boate da Sicília, a qual era da família Bertholdi, mas que pouco me importava. Daqui uma semana, Heitor estaria preso, Fellipo casado e eu rumo a Paris.

Era isso. Teria que aceitar e aceitaria.

Cheguei balançando meus quadris atraindo olhares para meu corpo, eu não ligava, só queria me divertir. O som alto e com batidas frenéticas me levavam a outro mundo, cada drink ingerido era um impulsor para as melhores loucuras e risadas.

Gianna estava dançando com um carinha bem gato, enquanto a mim me aventurava com mais bebidas. Um pouco cansada fui até o bar para descansar meus pés que estavam inchados pelo salto e o tanto que havia dançado.

Pela primeira vez estava sem pensar em nenhum problema, até que sinto uma presença ao meu lado e pelo cheiro eu sabia exatamente quem era.

- Você está linda, pirralha.- Ele sussurou em meu ouvido.

Fechei meus olhos aproveitando aquela sensação boa em meu peito, talvez essa seria a última vez, a despedida dele.

- O que faz aqui?- O olhei.

Não estava a fim de brigar, só queria saber o porquê ele vinha atrás de mim mesmo que sua mente tenha me esquecido e me arrancado do seu coração.

- Acho que o mesmo que você.

- Encher a cara?- Ele riu.

E como ele era lindo rindo.

- Também. Mas alguém me chamou a atenção...

- É mesmo?

Estava me fazendo de sonsa, mas era preciso.

- Ela é meio esquentadinha, tem uma língua afiada e faz o meu coração ficar desse jeito.- Ele pegou em minha mão direcionando ao seu coração.

Fellipo sabia ser um príncipe quando queria, um Don Juan disfarçado de príncipe.

- Quem seria essa mulher de sorte?

- Você.

Ele beijou meus lábios logo em seguida, meu coração parecia querer sair pela boca e eu sabia o quanto aquilo era perigoso. Fellipo não poderia desistir de se casar por mim, ele se quer lembrava de mim, mas seu coração parecia lembrar.

O meu mundo se focou em nós dois e nada mais importava. Era uma droga amar alguém, mas era a melhor droga já existente. Tudo ficava melhor, desde as coisas mais simples até às mais complicadas.

- Venha comigo.

Ele chamou me levando para longe da boate, eu esperava que Gianna me perdoasse, mas não poderia não ir.

Era a despedida. Depois disso eu faria coisas que talvez ninguém me perdoasse, mas que eram necessárias.

Estávamos no apartamento de Fellipo, eu reconhecia aquele lugar de muitas noitadas e fugidas. As lembranças me tomavam a cada canto em que percorremos afoitos em busca um do outro.

Quando fui deitada na cama, já não tinha mais as roupas protegendo o meu corpo, ele estava todo exposto. Fellipo olhava cada canto com admiração e um brilho que me fascinação, era excitação e muito tesão.

- Tá gostando do que vê?- Perguntei provocadora.

- Devo admitir que estou amando, bella.

Ele deslizou seus dedos por dentro da minha calcinha fazendo uma massagem naquela região, ele estava me fazendo delirar só com um maldito toque e não se fazia nem 24 horas desde a última vez.

— Não me torture dessa forma.- Pedi manhosa.

— Seu pedido é uma ordem.- Ele sorriu.

E finalmente uniu nossos corpos, ele estocava de forma lenta e tortuosa, Fellipo fazia de propósito.

Maledetto.

As minhas unhas se fincaram em sua pele e nesse momento pude sentir o ritmo se intensificando me levando a loucura.

Eu amava esse homem.

Suas mãos deslizavam por todo o meu corpo, enquanto que seus olhos não saíam do meu. Ele parecia querer gravar cada segundo, assim como eu fazia, talvez fosse a última vez.

— Eu te amo...- Falei sem pestanejar.

Não havia o que perder, eu só precisava falar aquilo e mesmo que a resposta não viesse eu havia me liberto.

Ele sorriu como se gostasse do que ouvisse, mas não houve resposta.

E eu estava bem com aquilo, apesar de tudo.

[...]

         Bryan me aguardava dessa vez em seu departamento, um prédio do governo com milhões de armadilhas e tudo que pudesse imaginar. Não poderia confiar cem por cento nele, mas alguma confiança estava tendo para entregar Heitor em suas mãos, esperava que ele soubesse o que realmente fazer com isso.

— Temos tudo que precisamos, inclusive o mandato para prender seu pai. Porém vai ter que ser em um lugar estratégico, em que ele não consiga fugir.

Em casa seria uma péssima ideia, ele conseguiria fugir pelas passagens secretas da mansão. O único lugar que povoa em minha mente era totalmente arriscado, porém ele não teria tanta proteção e ninguém da máfia se envolveria, ninguém iria querer parar atrás das grades por hora.

— O casamento de Fellipo e Giordana, ele estará lá tenho certeza e não contará com uma segurança máxima.

— Parece um bom lugar, apesar de que possamos estragar a cerimônia...- Ele me olhou intimidador. — A escolha do lugar possui algo especial?

Bryan era bom, mas não falaria da minha vida pessoal para ele.

— Não, apenas tem haver com Heitor.

— Sendo assim, não vejo o porquê de não invadir a cerimônia. Irei preparar uma equipe forte para isso e seu nome não será citado, a polícia da Sicília agradece por isso e saiba que se precisar de algo eu estarei lá.

— Agradeço, finalmente um agente que não é corrupto.- Falei para o mesmo que sorriu.

— Difícil de se encontrar nos dias de hoje, policiais andam se vendendo por míseros euros.- Bryan parecia decepcionado.

Nem todos que faziam o juramento prosseguiram com ele, era triste, mas era a realidade da segurança do nosso país.

— Sei que pode não entender porque quero meu próprio pai na cadeia e protejo meu irmão, mas se tem algo que Heitor não tem é limites, tomem cuidado agente.- Ele assentiu.

Despedi do mesmo saindo porta a fora, coloquei os óculos escuros com a alma leve de uma promessa de paz. Heitor devia isso a nós todos, ele nos devia a paz que ele sempre roubara de todos.

Eu estava bem comigo mesma de estar fazendo o certo, já havia passado da hora dele pagar pelos crimes cometidos.

Era apenas um passo para o grande dia.

Proibida Paixão - Leis da Máfia (Livro īī)  Onde as histórias ganham vida. Descobre agora