Tudo o que importava para Nicolle Ávila era concluir seu estágio e - finalmente - ser independente e não dar mais trabalho para seus pais, principalmente estando em outro país.
Natural do Rio Grande do Sul, a gaúcha era uma garota forte, madura...
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A CHUVA CAÍA intensamente naquela noite. Tão intensa, que fora capaz de abafar os gritos assustados da jovem que, sem saber o que fazer, corria ao longo da rua, seus passos aumentando conforme um desespero crescente lhe tomava conta.
Nicolle não costumava acreditar em seres sobrenaturais, mas depois do que lhe acontecera a poucos minutos, não sabia mais distinguir o real do irreal. A dor em suas costas, resultado de ter sido jogada a uma distância de quase três metros por um vampiro, era forte demais para ser ignorada. Com uma das mãos no ombro encharcado com um pouco de seu próprio sangue, a estrangeira sentia seu fim se aproximando enquanto ouvia uma voz sussurrar de maneira sádica:
— Não fuja.
Tal frase só lhe dera incentivo de correr até virar à esquerda, aonde escorregou poucos metros depois, caindo duramente sobre o asfalto da rua e o degrau da calçada; suas costelas estalaram em protesto. Gemendo de dor, a mulher brasileira tentou se levantar, ação esta que se tornara inútil ao sentir lhe puxarem os cabelos, sendo então arrastada até o beco mais próximo, a menos de um metro de onde estava.
— Não adianta fugir, querida. — o homem sussurrou enquanto a erguia, suas mãos indo para o pescoço pálido da humana, a deixando entre ele e a parede de um prédio — Ninguém lhe ajudará.
Tomada pelo medo, Nicolle segurou firme as mãos gélidas de seu perseguidor, tentando afastá-las enquanto encarava temerosamente seus olhos, vermelhos como o mais puro sangue. Aqueles olhos lhe enviavam um arrepio que atravessara toda a sua espinha, chegando até mesmo em lugares de seu próprio corpo que ela mesma desconhecia.
Logo as lágrimas começaram a escorrer, se misturando com os pingos da chuva que em nenhum momento cessara ou diminuira. O sangue ainda lhe escorria pelo ombro, através da marca da mordida que o vampiro a sua frente dera e que se rasgara no momento em que a jovem o empurrara e começara a correr. Aos poucos ela ia ficando fraca com a perda do líquido precioso.
— Prometo que será rápido. E logo, serás a mais bela dentre minhas concubinas. — o vampiro de cabelos negros sussurrou antes de fincar suas presas no mesmo local de antes, dessa vez injetando seu veneno.
Um grito rasgou a garganta de Nicolle, que continuava a se debater enquanto sentia o líquido se espalhar em suas veias, queimando como fogo. Sua vida acabaria, e ela já se arrependia por cada palavra não dita para o único rapaz em toda Washington com quem ela se importara.
No entanto, antes que qualquer coisa a mais pudesse ser feita, o vampiro a largou bruscamente, fazendo-lhe mais um rasgo no ombro, que naquele momento já se encontrava quase todo destroçado. Sem forças para se levantar, Nicolle se conteve apenas em observar de onde estava — jogada no chão enquanto seu corpo se contorcia em dor — a cena na rua.
Um corpo, muito maior do que um carro, arrancava, de maneira violenta, membros do vampiro, que gritava em agonia. A jovem ouviu um som grave e baixo, e em meio a escuridão a mesma vira o que lhe pareceu serem pelos se eriçando aos montes; um animal?, ela pensou confusa e fraca, o veneno ainda a fazia se sentir no inferno, tamanha era a dor e queimação.
A criatura se aproximou ao ouvir um gemido de Nicolle, abaixando sua cabeça e ficando sob o poste de luz na entrada do beco. Um lobo com pelos da cor da areia a observava com tristeza, a cheirando e afastando o focinho em seguida, repudiando o cheiro que sentira sobre a jovem.
Nicolle encarou os olhos dos enorme lobo. Castanho escuros e com um brilho ao fundo, expressando uma forte conexão com ela mesma. Seus próprios olhos se arregalaram, e um suspiro arrastado saiu de sua garganta ao perceber quem era a pessoa por trás da enorme fera.
— Seth? — sussurrou com dificuldade.
O mesmo guinjou, e então ela soube que estava certa.
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Quαntıdαde de Pαlαvrαs: 663 Pαlαvrαs
Olá! Como estão? Eu ressurgi! Antes que perguntem, os imagines voltarão semana que vem.
As datas de postagem dessa fanfic permanecem as mesmas. Toda terça, as 19:00.
