Tudo o que importava para Nicolle Ávila era concluir seu estágio e - finalmente - ser independente e não dar mais trabalho para seus pais, principalmente estando em outro país.
Natural do Rio Grande do Sul, a gaúcha era uma garota forte, madura...
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ALGUNS SEGUNDOS ANALISANDO o homem foram suficientes para Nicolle saber que o vira antes, mas não se lembrava de onde.
— Já estamos fechados, senhor — ela afirmou, dando alguns passos para o lado na intenção de manter distância.
Sem esperar resposta, ela deu as costas, segurando firme na alça de sua mochila ao se afastar.
No entanto, o impacto de um golpe dado no meio de suas costas a fez cair no chão e arfar assustada. Ao olhar para o lado, arregalou os olhos ao ver que havia sido arremessada até o seu carro.
— Me pergunto por que as donzelas de hoje são tão... teimosas — o homem murmurou, andando ao seu redor — Se tivesse ouvido seu namorado, talvez você não estaria condenada à imortalidade.
— O que? — Nicolle sussurrou, quase sem fôlego, tentando se levantar do chão — Você fugiu de algum hospício?
Só então ela notou os olhos vermelhos, e se lembrou de onde o conhecia. Era o mesmo homem que vira no prédio no dia em que saira com Seth.
— Imagino qual deve ser o sabor de seu sangue — ele se abaixou, segurando o queixo da mulher — Talvez seja adocicado. Ah, sim. Adoro sangue doce.
— Me solta — a Ávila rosnou, socando o rosto do homem.
A dor se instaurou em sua mão quase imediatamente. Talvez não tivesse quebrado nenhum osso, mas não havia como ignorar a coloração vermelha que já se espalhava pelos nós dos dedos.
O homem a encarou friamente, passando a segurá-la pelo pescoço. Seus dedos apertaram, forçando o ar a lhe escapar dos pulmões. Nicolle bateu em seus pulsos desesperada. Ao soltar, ela tossiu forte, se sentindo ainda mais fraca, tão fraca que não conseguiu impedir que o homem a segurasse novamente e lhe mordesse o ombro.
A mordida a fez gritar alto, sentindo sua pele e carne sendo rasgadas e o sangue começar a escorrer. Sem pensar em qualquer outra coisa, ela o empurrou para longe, se levantou e começou a correr na direção oposta, olhando para cima desesperada. As nuvens carregadas cobriam o céu, e logo, chovia.
E a única coisa em que ela conseguia pensar, era em como não costumava acreditar em seres sobrenaturais, mas acabara de ser atacada por um vampiro.
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