Tudo o que importava para Nicolle Ávila era concluir seu estágio e - finalmente - ser independente e não dar mais trabalho para seus pais, principalmente estando em outro país.
Natural do Rio Grande do Sul, a gaúcha era uma garota forte, madura...
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SE ALGUNS MESES antes alguém falasse para Nicolle que ela encontraria um cara incrível, e logo estaria almoçando na casa dele com a mãe e a irmã dele, ela mandaria essa pessoa se tratar.
No entanto, lá estava ela, sentada ao lado de Seth, que se encontrava em uma das cabeceiras da mesa. Ao seu lado direito estava o namorado de Leah — que por precisava se inclinar para frente e para trás para conversar com ela.
A sua frente, da direita para a esquerda, Emilly e sua filhinha estavam sentadas. Sue ficara na outra cabeceira, entre a filha mais velha e a sobrinha.
— Norah, não bata o garfo na mesa — Emilly avisou, tirando o talher da mão da filha e se virando para Nicolle com um sorriso — Então a moça da casa de informática é a namorada do meu primo?
— Pois é... — a gaúcha sorriu sem graça — Quem diria...
— Sabia que você fez ele tomar vergonha na cara? — Leah perguntou, se inclinando na frente do próprio namorado — Seth agora toma banho três vezes ao dia.
— Leah! — ele resmungou.
Todos riram, com exceção de Seth. Até mesmo Samuel, o namorado de Leah, colocou uma das mãos no rosto ao sufocar uma risada. Ele era muito tímido.
Ao ser apresentada para a irmã de Seth, Nicolle não imaginou que ela fosse ser diferente do irmão. Claro, Leah era basicamente uma cópia do pai — coisa que ela notara em um porta-retratos da sala — com apenas os olhos da mãe, cabelos mais curtos e um estilo despojado.
Agora ela percebia como a mulher mais velha conseguia ser divertida e irônica, mesmo sendo quieta em alguns momentos. Sim, elas poderias ser boas amigas com o tempo.
— Então, Emilly, por que Sam não veio? — Sue perguntou, se virando para a sua esquerda.
Emilly olhou apreensiva para Leah, que por sua vez apenas sorria enquanto segurava a mão do homem ao seu lado por baixo da mesa, acariciando-a em segredo.
— Não precisa me olhar assim — ela garantiu, dando uma garfada na comida e dando de ombros — Eu e Sam não temos nada a muito tempo.
A prima a encarou cuidadosamente, procurando algum traço de insegurança nos olhos da Clearwater, felizmente não encontrando.
— Bom, eu sei disso, e fico muito feliz por você ter encontrado alguém — ela respondeu feliz — Mas creio que Sam ainda não está convencido disso.
Nicolle olhou para Seth, confusa com a conversa. Ele apenas sinalizou que explicaria depois.
— Vovó, quero a sobremesa — Norah reclamou.
— Primeiro você tem que terminar a comida — a mãe explicou, insistindo para que a filha comesse.
