— Então um momento fofo foi estragado. Muito obrigado, Hemmings.

— Disponha.

Depois de alguns minutos, com ele ainda preso às minhas costas, fomos em direção ao carro. Depois que voltei a dirigir, não teve um dia em que Luke dirigiu. Não reclamo também, pois eu gosto da forma como ele se sente relaxado e calmo enquanto dirijo e ele escolhe o que ouvir durante o percurso. Aparenta até mesmo ser mais novo.

— Você é tão macio, Mike. — Sua voz era abafada contra o moletom que eu vestia. — Parece um ursinho ambulante. Tão confortável.

— E você é um bichinho preguiça. — Comentei enquanto me virava para ele descer das minhas costas. — Vamos, desça. Eu não posso dirigir com você aí.

Depois de muito esforço, ele desceu e entrou no automóvel. Eu fechei a porta para ele e dei a volta para entrar no lado do motorista. Assim que o carro saiu da inércia, seus olhos azuis pararam nos meus e eu sabia que ele queria falar alguma coisa.

— Aconteceu alguma coisa? — Perguntei.

— Bom, Harry disse que eu devia discutir sobre isso com você, então, bom, tem sim.

Engoli em seco. O que diabos poderia ser?

— Tudo bem, então pode dizer sobre o que é.

Ele pressionou os lábios um contra o outro pensando no que dizer.

— Depois do que a Lilly te perguntou, sabe, sobre ser pai, — Sua voz era baixa, mas como só estávamos nos dois e não havia nenhuma música tocando, podia ouvir perfeitamente. — ela realmente está te chamando de pai e não é uma vez ou outra. Ela disse a vovó que agora ela era uma Clifford e que você queria ser pai dela.

Oh, então era sobre isso.

— Luke, eu não vejo problema algum nisso. — Respondi simples. Eu não via problema, ela era uma menina doce e esperta e eu me apeguei muito a ela. É comum que ela pense coisas assim. — Ela me vê com muita frequência e ela sempre te considerou um pai, então obviamente, quando ela nota como nos tratamos, ela pensa que provavelmente eu também possa ser seu pai.

Ele não parecia nada convencido disso.

— Olha, eu sei que você nunca faria nada para machuca-la ou a magoar, mas tente ver como eu vejo: minha irmã nunca teve nenhuma imagem saudável e boa para ela se espelhar, sei que ela tem um carinho grande demais por você, mas não quero que ela se magoe caso tenha que ir embora ou aconteça qualquer coisa. Ela não suportaria.

Então era isso que o deixava tão assustado aquele dia. Ele tinha medo de eu acabar achando que era demais e que na primeira oportunidade pudesse ir e deixar a menina magoada. Mas eu nunca faria isso, nunca seria cruel a esse ponto. Nunca nem mesmo cogitaria tal coisa.

— Sim, eu te entendo, mas eu nunca faria isso com vocês dois. — O sinal fechou e pude me virar para seu rosto envergonhado. — Ela também se tornou importante para mim. Não acredito que mesmo que tenha qualquer que seja oportunidade na minha vida que me afastaria dela.

Luke levava a mão aos cachos. Eu tenho certeza que o ponto ali não era Lilly. Sei que ela é muito menos complicada e era sincera. Se ela me quer como pai, eu sou e pronto. Se eu errar com ela, a menina seria a primeira a falar o quão ridículo eu sou. Lilly Hemmings-Clifford tinha uma personalidade forte.

— Eu só não quero que ela sofra. — ainda falava baixo, parecia escolher bem as palavras para não cometer um equívoco. — Caso... Caso aconteça de não... sabe... de não ir para frente o que temos. Não quero que minha irmã pense que foi culpa dela.

How to Fix a Broken Heart ~ •Muke• Where stories live. Discover now