— Como você abriu essa porta, se ela estava trancada? — Luke perguntou ainda encolhido nas cobertas. A ponta do nariz vermelha e os cachos todos bagunçados me deixava com vontade de morder suas bochechas e então beija-lo.

Calum levantou uma chave que tinha em mãos e tudo fez sentido.

— Calum não acredito que você está usando a chave reserva do meu quarto que eu te dei para casos de extrema necessidade para nada!

— Chave reserva? — Luke ainda estava sonolento demais para falar frases maiores.

— Mas é uma emergência! — A voz de Calum se tornara estridente e meus ouvidos doeram.

— Cal, a emergência seria coisas como eu não estar em condições, já que eu não bebia o remédio, ou caso eu tentasse... Você sabe... Ir embora, você poder tentar fazer alguma coisa. — Não era legal falar coisas assim na frente de Luke. Claro, ele sabe de tudo o que aconteceu, das coisas que eu já tentei fazer, mas não significa que fica menos embaraçoso.

O meu melhor amigo pareceu entender, logo que jogou a chave na mesa de cabeceira e se sentou ao meu lado e me abraçou.

— Sinto muito, eu só... — Sua voz estava embolada e nervosa. — Você sabe que eu andei planejando um jantar para o Ash a meses e ele é hoje. Eu só... Droga, tenho medo de alguma coisa acontecer.

O último jantar ou surpresa que Calum tentou fazer para o namorado do qual participou a família toda, a mãe dele jogou tudo que fez por mim como se fizesse por pena, eu saí da minha própria casa puto e Luke e eu ficamos conversando no parque enquanto todos em casa que ficaram, discutiam.

É, faz todo sentido Calum estar nervoso.

Será o primeiro jantar em que eu conheço a Lilly, estaria todos em casa, e como meu amigo é perfeicionista, ele com certeza está calculando todos os erros e probabilidades possíveis de dar em desastre ou de algum de nós nos magoar.

Calum é exatamente como uma mãe.

— Você não está planejando apresentar ele como namorado, certo? Todos da família sabem de vocês até antes mesmo de vocês estarem namorando a mais de um ano atrás. — Afirmei. — Seria como afirmar que o Luke tem olhos azuis. Não é novidade alguma.

— Claro que não, idiota. Eu já te falei tudo o que eu planejava. — Era engraçado como Calum era falante e totalmente grosso enquanto falava de qualquer coisa, mas quando referimos a Ashton ele fica todo sem graça e com um sorriso bobo. Meu melhor amigo parecia o mesmo menino que beijou o melhor amigo que por acaso, era o garoto que tinha uma queda e não sabia o que fazer além de pular em mim e sorrir de felicidade. Era assim que eu notava como ele era apaixonado por Ashton: os sentimentos não mudaram, só cresceram. — Eu pensei em oito tipos de receitas diferentes e nenhuma parece boa o suficiente, além de que vai ser a primeira vez que a mãe dele vem aqui visitá-lo depois de anos. Eu quero que ela se sinta confortável e bem mesmo com as lembranças ruins que essa cidade trás.

Podia ver como Luke estremeceu ao meu lado. Sabia que para ele as lembranças eram tão ruins quanto para família Irwin, já que toda a tragédia resultou na perda da única pessoa daquela família destruída que ele amava. Se as lembranças eram ruins pra Anne, imagina para Luke que viveu isso tão jovem quanto Lilly.

— Calum, vai dar tudo certo, estamos aqui. — Sorri gentil e o coloquei entre Luke e eu enquanto nós dois o abraçavamos. — Se acalme, o Ashton te ama e até se você fizer pedra cozida ele vai amar, assim como a mãe dele. Todos te adoram, como odiar essas bochechas lindinhas e esses olhos puxadinhos?

Ele ficou vermelho e cobriu a cabeça com a coberta, enquanto Luke e eu sorrimos.

— Me ouça Cal, — Luke puxou a coberta e encarou o menino. — Vai ser perfeito. A Lilly vai comer toda a sobremesa antes do tempo, a Mali vai jogar metade da comida em você, eu e o Mike podemos te ajudar na cozinha...

How to Fix a Broken Heart ~ •Muke• Onde histórias criam vida. Descubra agora