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— Jess, você já mandou mandou imprimir os panfletos?

— Jess, qual é o horário mesmo?

— Temos o apoio da Kappa Delta, certo?

— Jess, você e a Ashley precisam fechar a lista o mais rápido possível.

— Já está indo dormir? Porque eu meio que preciso da sua ajuda.

— Em que parte do planejamento isso entra?

— Isso com certeza vai dar errado, Jess.

— Conseguiu fazer a estimativa de público?

Louca. Eu jurava por Deus que estava prestes a perder completamente a minha cabeça porque não era possível que tantas pessoas diferentes tivessem se unido para fazer da minha vida um inferno naquele dia.

Respira fundo, Jess. Organiza essa cabecinha. Você está quase lá. Vocês estão quase lá.

No entanto, todas as vozes ecoavam tão alto na minha mente que eu mal conseguia ouvir aos meus próprios pensamentos.

— Jess! A estimativa, conseguiu?

Levantei a cabeça, só então percebendo que Ashley realmente estava ali e esperava uma resposta, ao invés de ser apenas um resquício de tudo que eu já havia aguentado em poucas horas.

— É claro que consegui. - eu disse, constatando o óbvio.

Sempre me orgulhei por ser uma pessoa que consegue fazer a maioria daquilo que tem em mente. Porém nos últimos dias havia descobrido ser ainda melhor nisso, afinal de contas, eu estava prestes a enlouquecer. Muitas outras pessoas já o teriam feito há bastante tempo, especialmente morando na casa da Kappa Kappa Gamma.

Eu amava aquelas garotas com todo o meu coração, mas às vezes sentia uma vontade gigantesca de matar cada uma delas apenas para que não me façam ficar mais desesperada ainda.

— E aí? - questionou.

— Hm... Considerando as casas que estão nos apoiando, as presenças confirmadas e os interessados no evento do Facebook, eu cheguei a uma média de 700 pessoas. Mas o número pode variar bastante.

— Ainda assim é um bom número, não é?

— Para esse primeiro movimento? Sim, é um ótimo número! Ter começado esse lance online foi uma ideia genial, nós estamos de parabéns.

Ela bateu palminhas de excitação e me puxou de lado para um rápido abraço. Eu não tive a oportunidade de corresponder porque estava surpresa com o gesto e porque foi realmente muito rápido. Era cada vez mais fácil passar um tempo com a Ashley, mas a gente não precisava exagerar também.

Felizmente, ela saiu por aí dando pulinhos antes que eu tivesse a oportunidade de reagir, mais parecida com a Julie do que nunca. Eu não seria a pessoa a contar aquilo para Mina.

Por coincidência - ou oportunidade - do destino, a próxima pessoa a entrar no meu campo de visão foi ela mesma, me encarando do vão da porta com uma sobrancelha arqueada. Traidora, era o que ela me diria se usasse palavras. No entanto, aquele olhar semicerrado conseguia ser pior.

— Eu posso explicar. - disse, citando a frase mais usada pelo sexo masculino no mundo, inclusive você-sabe-quem.

Ela bufou, se aproximando para se jogar sentada ao meu lado.

VERSUSWhere stories live. Discover now