Seis

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Outubro.

Eu mal posso acreditar que um mês se passou desde que meu pai teve o prazer de me sequestrar.

Setembro havia sido sem dúvidas o pior mês da minha vida, E agora a sede da máfia levava as cores laranja e preto. – Eu sempre amei o mês de outubro. – Halloween e tudo o que isso significava na máfia em si.

Vingança.

Outubro era o mês da vingança. O mês em que papai entregava máfias rivais para a polícia, ou Aniquilava e desaparecia com qualquer vestígios da existência delas.

E o mais legal de tudo era que como o mês era de halloween tudo acontecia no dia 31 de outubro e Todos os procedimentos e invasões pelos nossos soldados eram feitos com fantasias de caveira. – Ou qualquer outro monstro.

Não que eu ache atraente o fato de meu pai ser o responsável por um massacre, mas eu gosto do jeito justo com que ele faz isso. – Todas as máfias inimigas são inimigas por um único motivo: traição.

A máfia Portilla é conhecida por sua descrição e frieza, e também por não tolerar traidores entre os seus.

Você não tem uma segunda chance.

Era Olho por olho, dente por dente.

.

- Podemos conversar, Anahí? -Olhei para cima do livro que estava lendo e abaixando ele confirmei com a cabeça.

Analisei Alfonso enquanto se sentava e quando ele me encarou novamente disfarcei pegando minha xícara de café e retirando os óculos de leitura do meu rosto – Tenho uma proposta para você.

- Vai tentar me beijar de novo?

- Não! – respondeu Alfonso se sobressaltado e se recompondo em seguida

- Que pena, dessa vez eu estava seriamente pensando em corresponder.

- O que não seria uma surpresa, já que decidiu se fazer de difícil e bancar a gostosona. Seu pai detestou saber do seu showzinho na ausência dele, sabia?

- Eu não estou me fazendo de difícil. Eu sou gostosa, e que se foda o que Henrique pensa, eu não pedi para ele me arrastar de volta.

- Vai ouvir o que eu tenho a dizer ou não? – revirei os olhos confirmando com a cabeça – Você sabe melhor que eu o que acontece aqui na máfia em outubro não é? Então quero saber se você gostaria de participar.

- Como é? Vocês vão deixar eu sair com vocês, ARMADA, para uma missão? É isso?

- É isso. Olha, Você é meio burrinha, não? Tem sempre que repetir o óbvio.

- Vai se foder Alfonso. Eu só fiquei surpresa. Tipo, você não tem medo de eu te dar um tiro e fugir?

- Eu iria atrás de você Querida, e te daria uma surra.

Suas palavras eram recheadas de promessas e segundas intenções e maldito seja, eu desejei aquilo.

- Eu topo.

- A surra? – revirei os olhos não conseguindo esconder o sorriso

- A minha participação no halloween, é claro. Vai ser interessante trabalhar com você, Herrera. – estalei a língua no céu da boca ao pronunciar seu sobrenome e pude ver seus olhos me penetrarem tão profundamente que apostaria qualquer coisa para dizer que Alfonso estava analisando minha alma naquele momento.

- Ah, Portilla, o prazer será todo meu.

E posso ter a certeza que ninguém anseia mais pelo halloween tanto quanto eu.












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