Vinte e seis

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- Annie querida, você vai não é? – Perguntou Christian me cutucando levemente, estava sentada ao lado dele no laboratório observando Maitê finalizar o trabalho.

Henrique estava dando uma de suas famosas festas no clube noturno, que na realidade era mais uma armadilha para tentar atrair o FBI para investigar.  A festa era particular, e se por acaso eles aparecerem, isso indicava traição de alguém de dentro.

Alguém óbvio demais até para não ser suspeito.

- Mais é claro que ela vai. Ela precisa beijar, transar,  vejo teias de aranha nessa menina. – Provocou Maitê me fazendo rir

- Teias de aranha?  em que ponto eu cheguei, ô Deus ? – Brinquei fazendo Christian rir e então revirando os olhos – eu vou Christian, Henrique pediu para que eu ficasse de olho em uma pessoa durante a festa.

- Então você vai a trabalho? – criticou

- Parcialmente. – respondi – E preciso de um vestido novo para tal ocasião. Quer ir ao Shopping ?

- Eu não posso – suspirou Christian se levantando – Preciso urgentemente terminar um relatório.

- Eu também Annie, Estou um pouco ocupada demais hoje... - pontuou Maite.

- Tudo bem. Sozinha então, eu realmente preciso ampliar esse meu círculo íntimo. – brinquei – vejo vocês mais tarde.

Me despedi, jogando um beijo para Christian e sai do laboratório.

_____


Estacionei o carro na garagem do shopping vazia demais para o horário, suspirei soltando o cinto enquanto abaixava o espelho do Teto para arrumar o batom. Quando eu o vi, certamente esperando alguém encostado em um dos pilares do estacionamento, travei a porta novamente por segurança me dando ao luxo de observar já que as janelas escuras escondiam quem de fato o encarava.

Christopher usava óculos escuro e um boné enquanto mexia freneticamente no celular digitando algo.

Quem diabo ele estava esperando?

Continuei esperando quando ela chegou. Sorrindo para Christopher.

E Chloe com ela.

Peguei meu celular fotografando a cena, não era eu quem estava trepando com os dois afinal, não é?

Preparei um plano mentalmente para tirar Chloe de perto deles, o pânico tomando conta quando atrás de Dulce, Alfonso surgiu.  O semblante sério, conversando discretamente com Christopher.

Que merda era aquela?

Fotografei novamente, dando zoom em Alfonso. Notei que de longe ele encarava o carro, sério demais, havia me notado.

Com um aceno de cabeça Christopher se despediu, saindo do estacionamento. E Alfonso encarou uma última vez, certamente tentando decifrar quem está dentro do carro, e saiu, abraçado com Dulce Maria.

________


Espirrei novamente o perfume em meu busto, conferindo o vestido vermelho colado perfeitamente em minha pele. Joguei os cabelos para traz, analisando os cachos e a maquiagem pesada que tinha escolhido para ocasião.

Depois do incidente curioso do shopping, acabei optando por comprar o vestido em uma loja de bairro, e céus, foi como se aquele em especial tivesse sido feito sob medida para mim.

Guardei o celular em uma pequena carteira que mantive na mão elegantemente e peguei o elevador para o clube.

O barulho estridente era ouvido do subsolo.


Eu só rezo para que você nunca me deixe para trás (nunca me deixe)
Porque boa música pode ser tão difícil encontrar (tão difícil de encontrar)
Eu trago a sua cabeça para perto de mim (é)
Pensei que o amor estava morto, mas você está me fazendo mudar de ideia (é, é, vamos lá)”


Entrei no clube analisando cada pessoa ali, animadas demais, drogadas demais para se importarem com alguém além de si mesmas.

Passei por um grupo de marginais e drogados me olhando e chamando com desejo e tesão. Ignorei mantendo a pose e caminhando entre a multidão para o meio do furacão.

O cheiro da maconha e álcool dominava cada canto do clube. Haviam prostitutas se balançando no palco, seminuas, e homens, em baixo se deliciando com a visão de um bunda gorda. O barulho da música e gemidos não tão distantes não dava espaço para qualquer conversa.

Encontrei com os olhos Christian e Maite sentados em uma mesa ao lado do bar, Maite beijava um moreno alto demais para sua estrutura, e Christian se esfregava em outro. Revirei os olhos para eles que estavam alheios a minha chegada e voltei a analisar o clube, sem nenhuma visão dela, e agradeci mentalmente por isso. Porém, ao analisar o canto vazio e afastado do bar eu encontrei ele, encostado em um banco isolado, virando a bebida goela a baixo, os olhos fixos em mim.


Surpresa.


Me aproximei lentamente, Sorrindo cinicamente para ele, o maldito estava lindo.

Os cabelos molhados com cachos suaves caiam pelo seu rosto emoldurando-o. Usava uma jaqueta preta em conjunto de uma blusa branca, e jeans pretas. Os olhos... Ah, aqueles malditos olhos fitavam minha alma.



Meu coração é um rádio
Ele bate para você, então ouça atentamente
Ouça meus pensamentos em cada nota”


- Bebendo sozinho, querido? -Provoquei, me encostando no bar ao seu lado

- Até você chegar. – rebateu, se servindo de mais um copo do whisky que estava em sua frente – e você sempre acaba ao meu lado, não consegue mesmo se manter longe Anahí?

- Talvez eu só não queira. – testei – é difícil alguém que trepa tão bem quando você, talvez eu pense nisso está noite, quando decidir com qual de seus amigos irei para cama.

- E veio aqui pedir permissão? – Alfonso matou mais um copo, rindo enquanto se curvava ainda sentado para mais perto de mim – Faça o que quiser com essa boca deliciosa.

- E o que VOCÊ faria, “com essa boca deliciosa”? – provoquei , tomando o copo de sua mão e bebendo o estão do whisky dele antes de devolvê-lo.

- Você daria tudo para descobrir. – Respondeu , me encarando dos pés a cabeça. – olhe só você.... Já está molhada, menina?

Bêbado.

E exitante, joguei a cabeça de lado piscando para ele inocentemente.

- Ah,  você daria tudo para descobrir. – devolvi, fazendo-o sorrir.

- Então, faça o que quiser com essa maldita boca. – rebateu, se curvando levemente enquanto encarava meus lábios, vermelhos como sangue, e sedentos por ele.


Bêbado. Mais não fora de si, ainda.


- O que eu quiser? – ele assentiu, enchendo novamente o copo quando eu me ajoelhei aos seu pés o Fazendo travar. Me enfiei no meio de suas pernas, passando para a parte de dentro da bancada, Alfonso se ajustou, assustado, abrindo a perna o suficiente para me esconder da multidão no meio de si.


- Que porra...? – calei ele quando o encarei de baixo pra cima, colocando o dedo entre meus lábios em um sinal de “Cala a Maldita boca, Herrera”, e abri o zíper de sua calça descendo a cueca levemente enquanto ele engolia o nada.


- Você disse, “O que eu quiser” , e bom querido, acho que sei o que quero. – Tirei seu volume para fora, o fazendo me apertar ainda mais entre o balcão e sua perna, e coloquei seu pênis em minha boca, engolindo de uma só vez, enquanto passava a língua por sua extensão, e matinha carícias onde a boca não alcançava.


- Porra. – gemeu – você é deliciosa. - continuou, empurrando o quadril ao meu encontro-  Amor, vão te ver. – Resmungou, segurando meus cabelos para mais perto de si.

Amor.

A menção do apelido fez meus olhos lacrimejar e então os fechei e chupei mais forte sua extensão, mantendo o movimento rápido e bruto. Engasguei quando ele me puxou ainda mais pelos cabelos, mantendo a posição por segundos e soltando em seguida para que o movimento continuasse.

Juntos, éramos êxtase.

Paraiso e inferno.

Amor e dor.

Juntos, éramos imbatíveis. E eu sabia o quão ruim era me lembrar disso quando tudo não passava de tesão. Sexo. E nada mais.

Alfonso gemeu, alto demais, devido a bebida, e agradeci pela música alta evitar olhares curiosos para verificar o que acontecia. Senti seu pênis inchar em minha boca, quando seus gemidos e puxões se tornaram mais fortes e então se desmanchar, me fazendo engolir toda sua glória e prazer antes de me levantar limpando o canto da boca.

- Pelo menos nisso tudo que aconteceu, - começou Alfonso se recompondo, enquanto se levantava para sair do bar – Descobrimos algo em que você é boa. Qual o sentimento de estar ajoelhada para mim, Anahí? Já que não pode se conter.

Ri, me aproximando para sussurrar para ele

- Me diz você. Afinal, machos tem que servir pelo menos para satisfazer não é, docinho?

Me afastei ignorando o chamado de Alfonso e indo até o podre banheiro do clube para me limpar.

Isso não iria se repetir.

Nunca mais.

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