Winter Hill, e outras coisas..

Capítulo 31 - Climão

- Se sentiu a vontade comigo? - Perguntou, esboçando um leve sorriso com os lábios. Enquanto seus olhos se encontravam fixos nos meus. Talvez a gente esteja flertando? Isso é flertar? Eu acho que estamos flertando.

Nesse momento, senti uma reviradinha no meu estômago, algo que estranhamente ainda não tinha acontecido comigo hoje.

- Para falar a verdade, sim.

- Que bom - Meereen sorriu. Um sorriso verdadeiro, sabe. Aquele que te aquece. Não literalmente, okay pessoas? Não se façam de cínicos - Você quer? - Perguntou, me oferecendo seu almoço.

Iria responder que havia acabado de almoçar, quando uma voz ecoou atrás de mim, fazendo subitamente meu coração acelerar.

- Winter? - Sem ao menos virar sabia quem era, Emmeline. 

E simplesmente travei. É o tipo de coisa que acontece comigo. Fiquei apenas encarando Meereen sabe-se lá com que expressão. Surpreso, assustado ou o Joye quando descobre que o suéter vermelho é do Ross? Sinceramente, não sei. 

Após alguns segundos, Meereen me cutucou, como um sorriso confuso. 

- Winter, a menina te chamou. 

- E-eu sei, eu sei. 

Após muitos dias verei Emmeline novamente. E na verdade estava muito bem com isso. Flertei com 3 garotas e ainda beijei uma. 

Gente, isso é mais que um progresso. 

Receio de tudo isso ir abaixo apenas com um olhar. 

Soltei o ar, e me virei para trás, na direção que vinha a voz. E estava ela lá. Emmeline Rivera Timpson. Esboçando um leve sorriso acolhedor, e que transmitia algo bom - ou pode ser simplesmente porque é o sorriso da Emmeline. Seu rosto estava um pouco pálido, com as olheiras atenuadas, passando uma sensação de cansaço. Como o de já esperado uma parte de mim não deixou de pensar em como era bom vê-la novamente. O que deixou claro que 2 semanas no Brasil, 3 flertes e um beijo não eram suficiente para simplesmente apagá-la da memória. 

E sim, estou tentando seguir o conselho de Adriel, mas a verdade é que não mandamos no coração. 

- Por onde você andou, garoto? - Ela perguntou, dando um riso extrovertido. 

Sabe aquelas cenas de filme em que a garota sorrir e a cena vira um slowmotian dando a entender que o garoto está admirando e apaixonado por aquele sorriso?

Então, isso não aconteceu - obviamente, nosso olho não enxerga 900 frames por segundo. Mas esse tipo de cena se encaixaria perfeitamente nesse momento. 

- Aqui na banca, lá pelo centro, Rio de Janeiro, sabe como é - Dei de ombros, me fazendo de indiferente. Uma tentativa de não transparecer meu nervosismo. 

- É, fiquei sabendo dessa viagem quando vocês já estavam no Rio de Janeiro - Deu ênfase no já estavam - Mas tudo bem. Gostou?

- Sim - Assenti - Foi bom para esquecer um pouco... Um pouco dos problemas da banca né, e tudo.

Ainda bem que notei o que estava falando antes de cometer a gafe de dizer "esquecer um pouco de você".

- Entendo - Falou - Passei na sua casa a pouco tempo, e Adriel disse que estava aqui. 

- É, estou aqui. 

- Ah, desculpa ter atrapalhado o papo de vocês - Falou, olhando brevemente para Meereen, e retornando a atenção a mim. 

- Tudo bem - Disse Meereen - Me chamo Meereen, e você é? 

- Emmeline - Respondeu. 

- Ah, prazer Emmeline, você estuda em Harvard, né? Acho que já te vi por lá.