Capítulo 9 - Dissimulada

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- Adriel, o que você tá fazendo cara? - Perguntei, me segurando para não ri.

Primeiramente ele teve uma expressão de surpresa ao me ver, mas logo começou a falar.

- Adriel? Que Adriel? Meu nome é Carlos - Disse, e se virou de costas para mim, seguindo para outro lugar da calçada.

- Deixa de coisa Adriel, esse é o seu bico?

- É - Adriel se virou rispidamente - Garoto propaganda de absorvente, tá feliz? - Ele tentou falar em tom sério, mas todos sabíamos que estava zoando.

- Ninguém aqui tá te julgando - Pronunciou Emmeline, erguendo os braços. Também em tom de brincadeira.

- Tá ganhando quanto aqui? - Questionei.

- 10 doletas por hora - Respondeu - Quando for pra Becky devo receber 70 doletas, isso vai dar?

- Vai dar sim - Falei, depois de fazer um rápido cálculo na minha mente.

- Ótimo, não ia aguentar usar essa roupa mais um dia.

- Então, acho que estamos indo, te vejo lá.

- Tá bom, até daqui a pouco.

- Até - Disse por fim, dando um breve aceno para Adriel, e seguindo caminho.

WINTER OF 

ADRIEL ON

Minutos depois..

Continuava o meu trabalho cantando as rimas em um ritmo de pagode, e dançando, quando sinto algo vim de encontro com minhas costas. 

- Você não enxerga não coisa? - Ecoou uma voz feminina. Me virei em sua direção, era uma garota de aparentes 19 anos, preta, cabelo curto com alguns cachos, rosto bonito, de certa forma angelical, e dona de um corpo bastante atraente - Ei - Estralou os dedos da minha face - Tá me ouvindo não? - Parei de analisa-la e a respondi.

- Foi você que bateu em mim, e olha que estou vestido de absorvente, então aqui quem tá com problema de visão não sou eu.

Alguém trás meu óculos e minha corrente Thug Life por favor.

- Eu estava concentrada no meu celular - Ela contra-argumentou, erguendo o celular que estava em uma das suas mãos.

- Então a culpa é sua, que não olha por onde anda - Dei de ombros, cruzando os braços. Meu Deus eu mito demais.

- A culpa é minha, é? Okay, vou reclamar agora para o seu patrão, e ele vai te demitir, a não ser que me peça desculpas - A garota - que já percebi que é nojentinha - ameaçou, com um ar de superioridade.

Tá, eu preciso desses 70 dólares. Mas não preciso ao ponto de deixar uma patricinha qualquer me rebaixar, sendo que ela é a errada na situação.

- Que nada menina, não é problema não, vem cá que eu te levo até ele - Peguei sua mão, a levando para dentro da farmácia. Mas segundos depois ela se soltou bruscamente, e resmungou algo, mas ainda me acompanhando.

- Lindy, chama aí o Henry, essa moça quer fazer uma reclamação - Pedi a Lindy, que é uma das moças que fica atendendo no balcão principal.

Ela me olhou, e depois olhou para a garota que no momento estava com a maior cara de enjoada do mundo.

- Volto já - Lindy disse, e entrou em uma porta cujo dá no escritório do Henry. 

- Tá feliz agora? - Questionei ríspido.

- Ainda não, só quando você perder seu emprego - Ela retrucou no mesmo tom, enquanto fitava o balcão que estava a sua frente.

- Como mamãe falava, se você planta o bem, colhe o bem, se você planta o mal, colhe o mal, então se prepara, a vida ainda vai te dar uma rasteira das boas - Disse, olhando em seus olhos, para que ela sentisse o temor de cada palavra. No entanto a mesma soltou um pequeno riso, e me olhou com deboche.

Winter Hill, e outras coisas..Where stories live. Discover now