Capítulo 29

58 15 0
                                    

Em Catalan, a festa de máscaras estava já acontecendo e Akanta terminando de se arrumar, deu um passo para trás e se viu no espelho. Sorriu, havia mandado mudar algumas coisas em seu vestido, decidiu descer levemente o seu decote e acrescentou em alguns bordados os padrões bonitos que Zaark usava sempre em suas festividades, afinal, a sua mãe era de lá e ela deveria se lembrar disso.

Passou os dedos no cabelo cuidadosamente preso em um coque de trança e pegou a sua máscara em cima da cama, escondendo parte de seu rosto com cuidado. Se viu de novo e com um ato de coragem ela tirou um batom no meio de tudo e passou a cor vermelha vibrante em seus lábios.

Indo até a porta do seu quarto parou um momento e respirou fundo, tinha que ser precisa e certeira em sua fuga. Tinha sorte em ter quem ajudasse.

Abriu a madeira e sentiu a sua respiração falhar, no coredor estava o guarda que cuidaria dela naquela noite, mas Caleb também estava lá. O rapaz usava uma camisa branca solta e que mostrava parte de seu peitoral e a pele olivia linda, seu rosto tinha uma máscara que mudava de cor dependendo da luz, o animal padroeiro dele era o camaleão.

- Oi... - ela conseguiu disser, preocupada com a presença dele ali e seu plano falhar miseravelmente - Está bonito.

- Você também. - ele disse rindo - Apesar disso ser seu estado natural. Passei aqui apenas para saber se você vai ficar bem.

- Vou sim... - ela sorriu - Provavelmente ficarei alguns minutos rodando por aí e voltar para meu quarto. Assim o nosso soldado vai poder curtir a festa um pouco.

- Não precisa preocupar comigo, alteza. - o rapaz disse corando.

- Bem, se é assim estou indo. - ele disse pegando na mão dela e depositando um beijo - Devo voltar com o Sol.

Ela riu, torcendo para aquilo ser verdade. Virando para o rapaz que ficou pediu para prosseguir."

- Vamos mudar a cena um pouco... - disse pensando como iria narrar todos os eventos daquela noite - No salão Aires estava com uma bela roupa azul e uma máscara que remetia um pássaro, ele ao lado do seu pai que vestia roupas de uma raposa, estavam cumprimentando a longa fila de plebeus que estavam ali para vê-los. O local estava adornado com várias flores e imagens de animais, o cheiro de cravo preenchia o peito de todos ali.

"Longe desse linda parte da festa, Valentina girava em seus dedos dois ossos de galinha refletindo o que deveria fazer. Martim ainda estava ali.

- Eu tô com fome! - a menina gritou escondendo o osso na janela.

A porta foi aberta e o rosto do homem com uma sobrancelha levantada apareceu.

- Sério?

- Daqui dá para ver uma mesa lotada de comida. - ela fez um bico - Tem uma sopa de abóbora que está sendo um deboche a minha pessoa está exposta assim.

O homem suavizou a expressão.

- Esta bem, Val. - ele disse - Não posso sair daqui agora, mas daqui há pouco tenho que buscar seu jantar de qualquer forma, peço para que troquem sua comida.

Ela sorriu satisfeita, essa troca lhe daria alguns minutos. Assim que a porta foi fechada seus dedos foram mais uma vez para os ossos e rapidamente abaixou e quebrou parte do objeto, com isso tentou arrombar a tranca em seu tornozelo. Durante alguns minutos ela ficou nessa tentativa até que enfim ela escutou o barulho da sua liberdade e sua pele, enfim, sentir o frio do vento e não do aço.

Se levantou e sorriu, mas não tinha muito tempo para comemorar, com cuidado ela andou pelo quarto, procurando algo que poderia ser usado. Pegou um pedaço de aço usado para mexer na lenha e uma capa, com sorte acharia uma máscara para pegar e sairia no meio da multidão para seu povo. Precisava agora esperar que Martim não estivesse mais em sua porta.

Princesa de Zaark [Concluída]Onde histórias criam vida. Descubra agora