Sem saída

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Era noite e Cole não havia chegado ainda. Eu estava na sala, deitada no sofá, descansando depois de ter jantado uma refeição que Cole havia deixado na geladeira, provavelmente achei que fosse pra mim e comi. Minha cabeça estava apoiada no ombro do sofá. Eu usava um short preto juntamente com uma blusa preta, meus cabelos estavam soltos como sempre.

Meus pensamentos foram mais uma vez a o que havia acontecido poucas horas atrás. Eu me sentia culpada por ter agido daquela maneira, não que tivesse sido algo ruim, mas eu estava me deixando levar por uma grande emoção. Me sentia péssima por permitir ser tocada pelo meu próprio predador. Mas ao mesmo tempo que me sentia assim, havia uma grande parte gritando por mais, sentindo que eu deveria me entregar por inteira. Era uma indecisão gritante, talvez tudo isso fosse culpa minha, ele nem queria, eu que o puxei.

Olhei novamente para a escada perto da parede e lembrei que haviam duas portas. Faltava a porta do lado esquerdo, eu sabia que a outra era o quarto de Cole, mas o que deveria ter no outro? Tentei desfocar meu pensamento disso, mas eu era curiosa demais, jamais deixaria passar a oportunidade de saber o que Cole esconde.

Subi as escadas, me deparei com as duas portas portas novamente, senti um frio na barriga como algo me repreendendo, talvez eu não quisesse descobrir o que de fato Cole possivelmente escondia. Apesar de ter sentido um desejo imenso a poucas horas atrás, sabia que ele era um psicopata, que a qualquer momento ele poderia ter um surto de personalidade e fazer algo contra mim. Precisava ao menos descobrir quem de fato ele era, isso poderia me ajudar em algo. 

Tentei abrir a porta mas estava trancada, com certeza ele escondia algo ali. Talvez as fotos de sua ex mulher não fossem algo "assustador", ele deveria ter fotos dela. Senti meu corpo arrepiar de medo, não dava pra adivinhar o que poderia ter ali dentro, mas não iria desistir. Desci as escadas correndo, fui até a sala tentando achar algo para me ajudar a abrir a porta, mas nada parecia funcionar. Fui até a cozinha e vi um grampo no chão, ao lado da pia. Estremeci ao pensar que pudesse ser de mais uma das loiras que morreram aqui. Peguei o grampo e subi correndo, estando de frente a porta novamente.

Sempre tive facilidade com essas coisas, desde pequena treinava abrir várias portas com grampo, não fazia ideia do porque, mas valeu a pena. Coloquei o grampo dentro da fechadura e remexi pra cima e pra baixo, usando a minha técnica e YES! A porta abriu rapidamente. Suspirei fundo, sabendo que estava fazendo algo errado, porém, mais errado que isso era sequestrar mulheres e ele nunca se importou.

Abri a porta e não me surpreendi. Era um escritório, havia uma mesa grande com um abajur em cima, um notebook e algumas agendas. Uma cadeira imensa preta de rodinhas. Atrás havia uma estante enorme cheia de livros. O local era bastante empoeirado, Cole com certeza não deixava sua empregada entrar aqui. 

Fechei a porta atrás de mim e fui em direção a sua mesa. Sentei na cadeira alta e grande, bastante confortável, observei que haviam gavetas na mesa e seu notebook estava ligado. Vasculhei suas gavetas, revirando tudo nelas, haviam muitos papéis de contratos de casa, Cole deveria ter bastante dinheiro, mais do que eu imaginava. Na gaveta não havia nada demais, decidi vasculhar seu notebook.

Precisava colocar uma senha para conseguir navegar, eu fiquei ainda mais nervosa pois não sabia nada sobre Cole, então resolvi tentar a única coisa. Comecei a digita "ColeSprouse" e PQP, consegui com sucesso, pelo visto ele era bastante previsível. Entrei nos documentos e pude ver uma pasta com nome "pecadoras" . Senti meu coração doer, pois apesar de serem mulheres ruins, elas não mereciam aquilo, na verdade ninguém merecia. 

Pensei e respirei fundo, abri a pasta. Se alguém estivesse me observando naquele momento, poderia ver meus olhos encherem de lágrimas e meu rosto ficar pálido. Haviam 30 mulheres loiras, lindas, de olhos azuis. Todas com sorrisos magníficos e o pior de tudo, todas as fotos eram delas ao lado de Cole. Isso significava que ele tinha uma certa intimidade com todas elas. Fui olhando uma por uma, haviam seus nomes, idade, onde moravam e o que fizeram. 99% daquelas mulheres haviam matado crianças, 1% só vendido elas para outras pessoas, realmente Cole não estava mentindo.

Vício Oculto - SprousehartOnde histórias criam vida. Descubra agora