Vício Oculto - Sprousehart

Quem é você?

Estava me preparando para sair do trabalho, pegando minha bolsa que havia deixado no armário. Meu cabelo estava preso em um rabo de cavalo e estava sem maquiagem alguma, meu uniforme não ajudava muito já que eu trabalhava em uma cafeteria. Aparentemente o Sr. Casey Cott gosta muito da cor preta, já que nosso uniforme era dessa cor, a loja era quase toda desta cor, mesas, cadeiras e até mesmo nossos armários. Nunca perguntei o porquê. Gosto não se discute. 

Sai da sala onde ficam os armários e esperei minha colega, Camila Mendes, no lado de fora. Como sempre ela estava demorando muito para sair. Camila não era atendente como eu, era nossa gerente, então provavelmente sairia a 1 hora mais tarde, sempre resolvia problemas da loja nas Segundas. Olhei no relógio, eram 22:15. Estava ficando tarde demais, decidi que esperar por ela não seria uma boa opção. Os outros funcionários já haviam saído e mesmo que estivessem ao lado de fora, não iria com eles. 

Sempre fui uma mulher muito reservada, apesar do meu carisma, sempre procurei me mostrar pra quem realmente valesse a pena. Com certeza as pessoas que trabalham comigo não merecem saber a pessoa extraordinária que eu sou. Camila foi a única que conseguiu cativar o que havia de melhor em mim, mas pra isso ela foi bastante persistente. Ela era lésbica, tentou me cantar tantas vezes que eu acabei gostando de ter a sua atenção, porém nunca tive coragem de algo assim. Não que a curiosidade não exista. Depois de tanta persistência, nos tornamos amigas, super amigas. Nosso caso de amizade talvez seja mais intenso do que qualquer um relacionamento por ai.

Comecei a andar pela rua escura, estava fazendo 10° aqui em Los Angeles, estava frio demais porém como sempre eu nunca lembro de trazer um casaco. Alguns postes de luz estavam queimados, comecei a pensar que talvez se eu esperasse a Camila seria menos perigoso pra mim. Meus braços estavam cruzados, pressionando meus seios pelo frio. Já havia andado por 15 minutos, faltavam mais 5 minutos para chegar em casa. Eu amava essa caminhada de ida para a casa, fazia com que eu pudesse pensar em tantas coisas, ao mesmo tempo que conseguia conversar bastante quando a Camila estava.

__Lili, está com frio?__ Escutei a voz de um homem atrás de mim, uma voz suave.  Paralisei ao ouvir, tentando me questionar se eu deveria olhar para trás ou simplesmente sair correndo. Comecei a pensar que talvez correr não daria certo, pois ele com certeza iria atrás de mim, mas eu nem sabia quem era, e se ele sabia meu nome com certeza meu conhecia.

 Olhei para trás com os braços ainda cruzados sobre o peito. Era um homem com uma aparência magnífica. Seus cabelos eram negros, uma mexa caia sobre seu rosto. Estava usando uma camisa preta com uma jaqueta de couro marrom por cima. Uma calça jeans preta e um sapato preto também. Não conseguia ver a cor de seus olhos, estava escuro demais, mas consegui ver seus dentes brancos quando imediatamente ele sorriu por me ver o olhando de cima a baixo. Um sorriso quase hipnotizante, cheio de luxuria. 

__Olá__Falei meio constrangida __Não estou com muito frio__Sorri de lado, descruzando os braços. __Desculpa, mas como sabe o meu nome?__ Perguntei pensativa, ainda tentando saber qual era a cor dos seus olhos. Ele não me respondeu, continuou parado me olhando como se já me conhecesse, um olhar de alguém que já sabia que eu não o conhecia, mas como ele me conhecia?

__Lili Reinhart, em breve saberá como conheço você__ Ele me soltou mais um sorriso, mas dessa vez era um sorriso malicioso. Ele começou a se aproximar, ficando frente a frente comigo. Consegui sentir uma puxada de ar, como um suspiro quando ele pôs seu nariz mais perto, como se quisesse sentir meu cheiro. Ao mesmo tempo que ele suspirou, ele fechou os olhos como se aquilo tudo fosse prazeroso pra ele. Eu não conseguia me mexer, não sabia se estava com medo ou intrigada. Talvez fosse os dois. __Era assim mesmo que eu imaginava que fosse o seu cheiro__ Ele abriu seus olhos, bem próximos dos meus, arqueando uma de suas sobrancelhas, sorrindo de lado.