Um leve sorriso brotou em seus lábios.

— Vamos, eu te ajudo a arrumar as suas coisas e as da Lilly. — Digo antes mesmo de poder haver chance de algum daqueles idiotas falarem alguma coisa.

— Não pense que toda essa cena foi bonita e romântica, porque não foi! — Jack grita.

— A intenção não foi essa. — Respondi. — Estou cuidando de parte da minha família, coisa que vocês não sabem nem mesmo o que seja.

Luke apenas me puxou para evitar discussões e fomos arrumar suas coisas.

****

Luke não havia muita coisa e nem Lilly. Boa parte de suas coisas estavam na sua avó, o que mais demorou foi retirar as fotos e desenhos das paredes. Cada pedaço de Luke que ele não podia dar ao luxo de deixar ali. Parte de sua história tecida em tinta e impressões.

Depois de um bom tempo, paramos no parque e descemos do carro. Ficamos no mesmo lugar em que ele me levou depois que saí de casa no momento que Joy me disse todas aquelas palavras que eram tão amargas.

— Você pode ficar em casa, não me incomodo, seria bom ter a sua presença e a de Lilly. — Minha voz se fez presente depois de um tempo.

— Agradeço, mas não vou aceitar. Prefiro ficar na minha avó.

— Jack mora lá, não ia ser bom para vocês, e depois, Cashton também mora lá em casa. Bom, considero o Ash porque ele dorme mais lá do que na casa dele.

Seu sorriso foi pequeno, mas agradecido.

— Jack não mora lá faz meses. — Disse simples. — E o fato de Calum e Ashton não saírem de lá é motivo suficiente para não deixar Lilly morar na sua casa. Não seria nada apropriado.

Parando para pensar, ele estava certo. Como sempre.

O silêncio se fez presente de novo e então o sinto me envolver e logo lágrimas molharem meu ombro. Sabia que ele estava se deixando ser vulnerável.

— Não devia ter doído ouvir aquilo. — Sua voz sussurrada e quebrada me quebrava também. — Digo, eu sabia que ia ser assim, não entendo a tristeza.

— Sun, isso é normal, eles ainda infelizmente são seu pai e irmão. Você mesmo sabendo que aconteceria, no fundo ainda se apegava com ao menos uma chance deles mudarem. — Dizia simples e tentando passar toda a calma que ele precisava. — A dor de saber que a última gota de esperança ter sido perdida é a maior de todas, amor. Mas não significa que está sozinho.

Nos olhamos por um tempo, suas orbes claras contra as minhas.

— Eu só... Acho que preciso entender de uma vez que não há onde buscar afeto ali.

Passei a mão por seus cachos, o abraçando mais.

— Não se pressione, amor. Isso só faz as coisas serem piores. — O puxei e deitamos no gramado.

— Ben me mandou mensagem aquela hora no carro. — Sua voz era quase um sussurro. — Disse que queria ter uma conversa séria comigo. Que era importante. Mike, tem exatamente oito anos, idade da Lilly, que eu não o vejo. Não sei se estou pronto. Tenho medo.

— Eu também. — Disse calmo. — Tenho medo o tempo todo. Medo de enlouquecer, de ter uma crise, não ser suficiente para mim mesmo. Medo de não poder cumprir a nossa promessa. — Não sei se era a hora, mas o que Joan me disse não saía da mente. — Tem momentos em que eu sinto que não aguento e que nada disso vale a pena e eu só quero chorar, igual a uma criança.

— Você ainda é uma criança para mim. — Sua voz saiu mais doce. Talvez mais calmo.

— A questão aqui é que você pode enfrentar seu irmão, pode olhar na cara do bastardo e falar que ele é um idiota e que oito anos não se apagam tão fácil e que, se ele veio também te encher por você ser gay, ele que vá se foder. Você é a pessoa mais incrível do mundo, e se eu posso acordar de manhã e acreditar que sou digno de estar vivo no lugar de meus pais, você pode mandar mais um membro da família Hemmings se foder. Você é capaz de tudo, amor. E eu estarei do seu lado em todos os momentos.

Um sorriso brotou nos seus lábios. Foi a coisa mais incrível da minha noite. Não por ser um sorriso, mas por ser Luke ali sorrindo. Por ser ele mesmo. Por eu ter sido sincero de todas as formas e por estar orgulhoso do meu menino de todas as formas possíveis.

— Você me chamou de amor mais vezes do que eu pude contar. — Disse em um tom brincalhão, mas que me deixou sem jeito. — Nem pense em parar se não eu bato. — Acabei rindo alto. Ele não pareceu nada ameaçador, mas sim fofo. — Fico feliz que mesmo sabendo como eu estava, confiou em mim.

Sorri para ele e o puxei para abraçar mais apertado.

Ama-lo também significa ser vulnerável.

E então seus lábios tocaram os meus e tudo a nossa volta virou um borrão.

****

Então, advinha quem apareceu? Isso mesmo eu!!!

Enfim, perdão a demora, juro que eu não queria demorar. Se der tudo certo eu atualizo Sinner amanhã também yay!

Enfim, me contem, como estão? O que acharam do capítulo? O que acham das atitudes do Mike? E as do Luke?

Alguém mais tá orgulhose do neném Luke? Eu tô

É isso, amo vocês, já respondi o Q&A, mas ainda está aberto, se quiserem perguntar algo, a vontade.
Até a próxima, amo vocês<3

How to Fix a Broken Heart ~ •Muke• Where stories live. Discover now