Ainda acho que não está fazendo sentido,  mas faz ao mesmo tempo. A vida é bem confusa.

— Eu tive um sonho essa noite. Me lembra um pouco os que eu tinha antes.

— Eles te assustaram?

Neguei com a cabeça.

— Eu sonhei com Lilly. — Digo enquanto mantinha o foco no sonho desta noite. — Ela me chamava de pai, me tratava como se eu realmente fosse.

— Você a ama como se ela fosse da sua família, Mike, isso é normal.

Solto um suspiro abafado.

— Sim, mas é que ela tinha medo. — Mordia ansiosamente meu lábio inferior. Minha unha do polegar esquerdo já havia ido minutos antes. — Ela me olhava com... Ódio? E eu não sei o que pode ser, mas eu sei que no fim, eu ficava sozinho. Luke e ela iam embora e eu ficava só. A casa com o tempo ia ficando mais silenciosa e a cada segundo mais escura, o vazio era tão grande que a minha respiração era o som que ecoava no cômodo. Era um oco tão grande, eu podia me sentir quebrando, a culpa caindo.

— Culpa? Culpa do quê?

Bufo frustado.

— Também queria saber.

Joan me analisava calmamente enquanto me mantia confuso.

— As crises, elas voltaram?

— Não, mas me sinto com medo. — Ela me olhava me passando a segurança para dizer o que eu quisesse. Era uma das coisas que mais gostava nela e fez me deixar aceitar consultar com ela. Ela sempre me passa segurança. — Esses meses estão bons demais, é totalmente estranho estar tão calmo. Quase como um prenúncio de coisa ruim.

— Acho que não. Bom, não sabemos o que pode acontecer, mas acho que possa mais ser porque você não é acostumado com isso. Digo, tem tempo que você se sente bem. Isso acontece, como também haver crises e pesadelos, está tudo bem e normal.

— Tem mais uma coisa. — Mordi o lábio pensativo. — Eu... Ando ansioso. Mas é com o curso, com tudo que eu tenho que fazer depois que acabar tudo, ainda tem o Calum que cismou que precisa me contar algo porque ele sozinho não vai conseguir e tenho quase certeza que é uma furada porque vindo dele, só pode ser e...

— Mike, respire. — A mulher sorria calmamente. —Queria dizer que vai melhorar, mas a vida não é fácil e você sabe, porém, tudo vai dar certo e é normal essa ansiedade. Você quer o melhor para você e para todos a sua volta, isso é normal. E sobre Calum, acho que sei sobre o que ele quer, porém, não posso afirmar. — Seu sorriso despreocupado me mantinha mais calmo e confuso.

— O que seria?

— Tente pensar, não é difícil contando que ele só tem um assunto e o mundo dele só gira em torno de uma pessoa.

Franzi o cenho confuso. Pensei em várias possibilidades até que meus olhos esbugalharam tanto ao ponto de sentir doerem. Minha psicóloga sorriu docemente.

— Não pode ser!  Joan, isso seria incrível! Mas... Luke! Tenho que contar a ele!

— Sim, você tem. — Ela sorriu. — E sobre ele, como vai o desenvolvimento de vocês?

Se fosse vários meses atrás, eu provavelmente mandaria ela se foder e me deixar em paz, mas hoje, Joan é simplesmente a maior confidente que eu tenho, ela sempre me ajuda e me ouve até se eu falar que meu dedinho está doendo. Eu já fiz isso.

— Estamos bem, estamos mesmo sendo somente amigos e bom, eu comecei a conhecer ele melhor. — Me sentia feliz com o que acontecia, já havia quatro meses desde quando voltei a falar com Luke frequentemente, um mês e meio que já tenho meu carro e as coisas parecem ser cada vez melhores. — Acho que esses últimos meses foram mais do que importantes para mim.

How to Fix a Broken Heart ~ •Muke• Where stories live. Discover now