Dezoito

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※ Harry ※

J

á era a terceira vez que eu recebia a mesma ligação. Que tinha o mesmo propósito da primeira, suspirei cansado e dando um sorriso, mais uma vez atendi ao telefonema.

"Oi, amor"

Niall estava atendendo um cliente que acabará de entrar na loja. Um alfa, que parecia estar comprando flores para presentear alguém. Percebi que o meu amigo estava meio distante, como se não estivesse realmente preso ali na conversa, igual eu nesse momento.

"Eu posso pensar a respeito?" - tentei negociar. O que foi em vão. - "Não envolva o Louis nisso. Ele não tem-" - cortei a fala.

Niall parecia pálido, quando ele deu uma leve trombada, pedindo desculpa em seguida para o cliente. Ele andou em minha direção.

"Eu tenho que ir, Lily" - mas uma vez ela pediu a mesma coisa - "Não seja insistente, lobinha. Eu posso pensar sobre isso, que tal você me ligar daqui a duas horas com argumentos melhores?"

Ela então desligou o telefone, exatamente no mesmo instante que Niall chegou até onde eu estava.

"Tudo bem, Ni?" - perguntei preocupado. Pegando uma garrafinha de água no frigobar, a entregando ao loiro.

"Sim, so preciso respirar um pouco. Pode por favor atender aquele moço?" - guardei a calculadora que usava alguns minutos atrás, e sai de trás do balcão - "Ele está querendo presentear a filha, que acaba de fazer 18 anos, e é apaixonada por flores, ele só não sabe qual levar"

"Entendi. Você está bem mesmo?" - perguntei novamente, vendo que o mesmo ainda continuava pálido, estava me assustando já - "Quer que eu chame o Liam?"

"Não!" - ele disse afobado, relaxando a postura novamente ao perceber como agiu - "Ele está com Zayn, eles precisam desse tempo. Aliás deve ser apenas falta de ferro"

Ainda relutante saí para atender o cliente que analisava algumas tulipas. Não queria deixar Niall, sabia que algo estava errado. Mas o trabalho me chamava, e bem, ele paga minhas contas. Ainda assim eu continuava a observar Nialler, que aos poucos parecia que ia melhorando.

Como eu imaginei, após exata duas horas o telefone da loja tocou. Eu não sabia se aceitar aquilo seria uma boa idéia, mas decidi atender a chamada com o benefício do talvez.

"Oi filhotinha do papa" - respondi apos receber um oi animado da alfa - "Você esta comendo?" - ela balbuciou um sim enrolado do outro lado.

"Loulou me deu um picolé de limão" - tentei entender o que ela falava em meio a lambidas.

"Termine de chupar o seu sorvete. Já conversamos sobre comer e falar ao mesmo tempo" - olhei o relógio vendo que ainda era duas e meia da tarde - "Passe para o Louis, por favor" - escutei um chiado provindo das troca.

"Sim?"

"Como estão as coisas?"

"Você perguntou a mesma coisa a vinte minutos atrás por mensagem" - o moreno disse do outro lado, soltando uma curta risada ao fim - "Lily ganhou um picolé de limão por ter guardado os brinquedos sem que eu precisasse pedir"

Ao princípio achei que não fosse uma boa idéia compensar-la com prêmios, por uma coisa que é obrigação dela. Não queria que ela pensasse que tem que fazer algo que é certo, apenas porque ela ganharia um doce ao fim. Mas percebi que estava enganado como minha forma de pensar.

É como uma responsabilidade adulta. Você trabalha, tem que levantar todos dias cedo e no fim do entardecer, você sabe que seu dia está ganho. Com Lily, é a mesma coisa, quando ela guarda os próprios brinquedos ela ganha o dia, com um sorvete de limão.

Insólito AlfaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora