Catorze

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Ja fazia cerca de uma 1 hora e 40 minutos que Gemma estava na sala em trabalho do parto. Foi uma surpresa para todos, pois o nascimento do bebê estava previsto para daqui alguns dias. O marido da alfa, havia chegado a alguns minutos atrás e foi encaminhado direto para a sala onde Gemma estava.

Louis estava sentado em um dos sofá da salinha de espera daquele andar do hospital. Lily ainda dormia em seu colo. Harry havia saido buscar café para mãe e para si, e chá para o alfa.

"Você acha que já nasceu?" - Anne perguntou, ansiosa sentou-se ao lado de Louis.

"Parto normal?"- perguntou, e a ômega assentiu - "Acredito que ainda não tenha nascido, por conta da dilatação. Mesmo sendo alfa pode levar um tempo, mas não deve demorar a acontecer"

"Gemma queria que fosse cesária..." - Anne soltou - "Mas desistiu em cima da hora, acredita?"

"Sim, eu percebi" - Louis riu ao lembrar da alfa gritando com o enfermeiro dizendo que tinha mudado de idéia enquanto xingava meio mundo pela dor das contrações.

"Desde pequena ela é assim. Uma hora quer algo, depois não quer mais e no fim?" - perguntou retoricamente - "Ela faz aquilo que lhe dá na teia no momento"

"Vocês são bastante afetuosos" - retirou um cacho que caia pelo rosto da alfinha, fazendo um carinho nas bochechas da mesma.

"Mamãe sempre foi muito carinhosa e protetora. As vezes sufocava" - Harry disse ao chegar, entregou as bebidas aos dois ali presente e sentou-se ao lado de Louis - "Faltava uma semana pro inverno, dona Anne nos fez ir para o colégio com um monte de casacos"

"Não seja ingrato, menino" - Anne olhou com uma falsa cara de brava por filho - "No fim serviu para se proteger da chuva"- Harry apenas sorriu mandando um beijo.

"Minha irmã costumava cuidar assim de mim, ela era um ano mais nova que eu. Mas seu instinto protetor de alfa, com certeza falava mais alto" - Louis divago - "As vezes a gente brigava na porta do colégio, se eu soubesse que aquela seria nossa última briguinha boba, eu teria dito que a amava"

Nem Anne, ou Harry disseram nada. O momento ficou um pouco tenso ao notar o olhar do alfa distante e apagado... Por sorte, Lily mexeu-se no colo do alfa despertando.

"Onde estamos?" - levantou a cabeça do peito do alfa.

"Hospital" - Harry respondeu a filha, que estendeu os braços pedindo por seu colo.

"Não papai, por favor não" - a alfinha começou a dizer escondendo a cabeça no pescoço do pai - "eu não querer injeção"

Louis percebeu que ao ficar nervosa, Lily também voltava a falar com bastante erros. É foi assim que ele teve a conclusão, de que a alfa usa isso como mecanismo de defesa. Algo batente conhecido por ele, que até os 7 anos de idade falava assim quando sentia-se ameaçado.

Lembra de quando seu pai o batia, falando que ele era uma criança inútil e defeituosa. Sua mãe apenas saia do local, provavelmente procurando por algum lugar que tivesse deixado sua garrafa de bebida. Depois de apanhar sem motivo, Lottie entrava no quarto nas pintinhas do pé para não assustar o irmão, e o trazia alguns doces que pegava escondido dos pais. Isso sempre o deixava feliz, mas doía na manha seguinte acordar com os gemidos de dor da irmã.

Louis foi tirado de seus desvaneio pela conversa baixinha que Harry tinha com a filhote. Explicando calmamente que ela não tomaria injeção, e que eles estavam ali esperando o bebê da tia Gemma nascer.

"Mas porque vir aqui pra ele nascer?" - perguntou curiosa.

"Porque os médicos vão cuidar da titia e do filhotinho dela, para que não aconteça nada perigoso com eles" - a avó respondeu.

Insólito AlfaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora