Na hora mais escura Convencido de seu poder O gringo sabia ver O gringo sabia ter E ele soube prever até nas fraquezas Soube manejar os sentidos e afrouxar as amarras Disse ao pé do ouvido: "Você é tão querido" E embora o rio tenha seguido o seu fluxo, A carcaça de alguém lá ficou a boiar O gringo preencheu a vasilha e dela bebeu Nada prometeu, admito eu.
Ainda assim convenceu um ateu a ajoelhar e rezar. Foi o toque ou a palavra certa. A hora aneblinada em seu ápice de vazio O arrepio ligando as luzes da cidade cinza E ainda por cima, acima dos palcos deixou suas cruzes. Deixou sua filha Rezando na novena noturna Ligou seu detector de pescoço Mas o Senhor adora um pecador arrependido Perseguiu a presa Foi perseguido Esse foi o gringo
E ... Na hora mais escura A flor desabrochou, da depressão à boca do vulcão.
Gemeu de paixão. E, enfim, o pico da neblina.
Se você encontrá-lo por aí, diga ao gringo que sucumbi
À dor pelo desprezo alheio
O clamor que não é meu nem seu É Dele.
Diga ao gringo
Que ele teve o poder de murchar a flor e ela retornou ao breu.
A doçura cedeu lugar à amargura
E disso ele bem pode se "orgulhar"
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