Capítulo trinta e dois

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Perigo.🔫

Cumprimentei a rapaziada da boca e fui até a sala do Dimenor, depois de que Gabriel largou tudo, ele ficou de frente na Rocinha. Moleque tá sagaz, demonstrando cada dia mais que está disposto a liderar essa porra toda. Fechou 10/10 com a nossa tropa no nosso pior momento, tem todo o meu respeito, papo reto!

Dimenor: Coe, passa a visão. - Fiz um toque bandido com ele.

Perigo: Pô, o Nem mandou eu vim aqui acertar umas paradas contigo!

Dimenor: Manda.

Perigo: A missão vai demorar um pouco, precisamos de tempo ainda! Tu tá ligado que o bagulho vai ser de verdade, é difícil admitir mas não estamos lidando com iniciantes. - Ele assentiu. - O Nem falou que vai precisar de mais um mês para planejar tudo e quer saber se tu permite que nós fique.

Dimenor: Col foi irmão? Claro que pode, nós não é família? Então pronto pô, mesma visão, tamo junto sempre! E pode contar com a minha tropa para o que for! Estamos dispostos para ganhar essa guerra e matar cada um desses pau no cu. - Ele me passou o base.

Perigo: Tamo junto sempre moleque! Sempre soube que tu ia crescer nesse morro, mó satisfação.

Dimenor: É nós.

Depois de falar com Dimenor fui comer em alguma pensão do morro. Acabou que estacionei a moto em frente a um bar. Pedi três espetinhos de carne e uma cerveja. Cumprimentei alguns vapores que estavam lá e depois fiquei na minha, tava morrendo de fome.

Tirei a nota de vinte do bolso e paguei o senhor que estava no caixa. Já ia saindo quando ouvi uma voz fina chamar meu nome. Arquiei a sobrancelha e olhei para trás. A garota me encarou de cima abaixo com um sorriso malicioso.

Perigo: Col foi loira, nós se conhece?

Loira: Você não me conhece mas eu sim pô, tô de olho em tu a muito tempo. - Ela riu. - Meu nome é Yasmin, prazer. - Dei um sorriso forçado e assenti.

Perigo: Prazer pô! Mas não entendi ainda o que tu quer comigo não cara!

Loira: Ué cara? Tu é viado? - Me perguntou.

Perigo: Viado só porquê não tenho interesse nenhum em você? - Ri e passei a mão em uma mecha de seu cabelo. - Tá se achando muito, abaixa essa tua bola. - Eu disse e deixei ela falando sozinha.

Tomar no cu pô! Mulher maluca, acha que pode conseguir o que quer comigo só porque eu sou bandido. Sei que se fosse antigamente eu comeria ela naquele banheiro mesmo mas as pessoas mudam... Sei lá mano, papo reto, depois de que a Naiara entrou na minha vida eu não consigo banalizar mais nenhum tipo de relação.

Me sinto um viadinho por não conseguir me envolver com mais ninguém, mas é a real, fazer o que? Não é fácil não cara, perdi a mulher da minha vida e não pude fazer absolutamente nada. Eu evitei, tentei cortar todo o nosso contato mas quando é para ser não tem jeito!

Não posso ser hipócrita não, essa morena me ganhou por completo, me deixou amarradão! Via os crias tudo casadão e ria na cara deles. O mal de quem nunca sentiu algo é querer zoar quem sente! E hoje eu entendo perfeitamente o que é querer estar perto, querer ter a pessoa contigo para o resto da vida, sem neurose, como eu sinto falta dela.

Peguei minha moto e arrastei para o barraco que eu tava. Tomei um banho e sentei no sofá, ouvi o meu celular tocar e peguei o mesmo.

Nem: Coe

Perigo: O que mandas?

Nem: Qual foi, me passaram a visão aqui que viram o Marquin lá na Maré.

Opostos [Morro]Wo Geschichten leben. Entdecke jetzt