Capítulo 2

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— Fala, Diogo! — Marcão entra na sala de manutenção e me cumprimenta, bebendo um gole de seu café.

— E aí, cara? Não pegou café para mim de novo, né? Você é muito filho da puta, Marcão... Já estava lá na cozinha.

— Ei! Estou fazendo um favor para te tirar dessa sua seca do Nordeste.

— Desde quando eu estou na seca? — Cruzo os braços para ele que dá de ombros.

— Que seja! Mas é fato que você precisa de uma namorada para acabar com esse mau humor seu.

— Eu não... — Meu amigo me fuzila com o olhar e eu nem completo minha frase. É, às vezes sou um pouco mal-humorado mesmo. Mas só um pouco... — Mas o que isso tem a ver com o fato de não ter me trazido um café?

— Porque você precisa conhecer a vendedora nova e ela está lá na cozinha, nesse exato momento, tomando café com a Rebecca.

— É sério isso? Está querendo dar uma de cupido para o meu lado?

— Ela é linda, cara! Se eu não fosse casado, puxaria uma conversa com ela, mas você sabe... Se a Mônica me vir olhando para o lado, eu perco minhas bolas.

Rio alto. Se as pessoas me acham alto com meus um metro e noventa e dois, é porque não conheceram o Marcão que tem quase dois metros e tem o ombro bem mais largo que o meu. O cara é um monstro, mas borra de medo da esposa que é uma baixinha invocada.

— Ok, você me deixou curioso agora. Vou lá ver quem é essa nova funcionária e buscar meu café. Mas não se encha de esperanças, porque bem sabe como corro de envolvimento com alguém do trabalho.

— Vai logo, Diogo!

Ele me empurra e eu sigo rindo pelo corredor até chegar à cozinha. Ouço vozes femininas lá de dentro e entro no cômodo já cumprimentando as meninas.

— Bom dia!

— Bom dia, Diogo! — Rebecca, do setor de faturamento, sorri para mim e aponta para a nova garota, que me olha com um sorriso nos lábios. — Essa é a Caroline, a nova funcionária aqui da loja.

— Muito prazer. — Estendo a mão para ela que aceita e ergue os olhos para mim e quando nossos olhares se cruzam, sinto alguma coisa estranha dentro de mim.

Ela é linda mesmo, disso não tenho dúvidas. Magra e alta, embora pareça bem pequena se comparada a mim, pele clara e olhos cor de amêndoas, que são destacados pelas suas sobrancelhas grossas. Os cabelos castanhos escuros são lisos e ondulados nas pontas, cortados na altura do pescoço, deixando-a incrivelmente charmosa.

Ela tem um ar de inocência, mas a intensidade com que me olha me diz que não é tão inocente assim e isso me intriga.

— O prazer é todo meu. — Ela me olha com firmeza e mexe nos cabelos quando solta a minha mão.

— Não se deixe intimidar pelo Diogo, ele tem essa cara de mau, mas por dentro é um amorzinho. — Mostro o dedo do meio para a Rebecca que me dá um tapa no ombro enquanto ri. — Está vendo? Um amorzinho.

Ela faz cara de deboche e eu rio.

— Ah, mas eu não me intimido fácil. O tamanho dele não me assusta. — A novata me lança um olhar desafiador e eu rio ainda mais. É sério isso?

— Se eu fosse você não mexia comigo. — Dou um sorriso cínico e me viro para pegar meu café e voltar para o meu trabalho.

— Sério, Marcão? A menina tem quinze anos e ainda é atrevida! — Despejo no meu amigo assim que entro na sala e fecho a porta.

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