How to Fix a Broken Heart ~ •Muke•

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De certa forma, foi uma coisa boa. As coisas estavam claras e certas agora. Não havia segredos, confiavamos um no outro ao ponto de falar sobre nossos sentimentos sobre o outro e não temer não haver reciprocidade. Já havíamos passado disso. Ambos já havíamos falado com nossos médicos sobre essa questão e ambos pensávamos a mesma coisa.

Que independente de qualquer coisa, só de haver a presença do outro e o ver feliz já nos deixava feliz.

— Eu nunca me senti cuidado. — Luke quebrou o silêncio depois de um tempo onde somente nossas respirações traziam som ao cômodo. — Quero dizer, não me sentia amado de forma que não fosse fraternal ou sendo eu demonstrando a alguém que nunca sentia o mesmo.

— Como assim?

— Eu nunca me senti cuidado por alguém, não ao ponto de alguém me fazer me sentir assim ou até mesmo querer me fazer me sentir bem. — Sua voz era baixa. — Você me faz sentir assim. Até mesmo nesse momento, eu me sinto amado em cada palavra de apoio e a cada momento em que você me olha. Isso é estranho?

Beijei o topo de sua cabeça o puxei mais para perto.

— Não é nem um pouco estranho. — Sorri. Guiando seu rosto com meus dedos para que ele me olhasse nos olhos. — É a verdade. Você merece se sentir amado, por você mesmo acima de tudo, e das pessoas que te cercam. E eu te amo com cada pedaço do meu ser.

— Eu me sinto amado por mim também. — Seu rosto estava pensativo. — Você sente que se ama?

Assenti.

— Sinto sim. — Respondi. — Ainda estou no caminho, mas eu sinto que me amo mais.

— Eu também te amo.

E então eu fico parado olhando para duas orbes azuis que cintilavam contra a luz do quarto, tentando acreditar no que eu ouvia.

— Eu ... — Sorri sem reação. Eu não esperava isso. — Eu não... Eu não esperava isso.

— Nem eu — Sorriu sem jeito. —,  mas eu comecei a me conhecer e fazendo isso eu fui conhecendo melhor cada sentimento meu. — Sua cabeça pousou no meu ombro. — Não sei muito de mim, verdade, mas eu sei que te amo e sei que eu me amo e que amo a pessoa que eu estou lutando para me tornar.

Não sabia o que dizer. Era mais do que eu esperava dessa noite. A verdade é que eu nem esperava falar com ele hoje, quem dirá o ouvir falar que me ama de volta. Aquilo foi demais. No sentido bom da frase.

— E eu amo saber que você está se vendo como eu e todos que se importam com você sempre viram. Ou até mais, porque não há nada melhor que você mesmo confiar em você. — Sorri. — Eu me sinto assim todo dia que levanto da minha cama e penso que posso mostrar o que eu faço e mostrar que amo o que escolhi fazer.

Acho que falamos muito a palavra “amo” e que provavelmente ainda estamos longe de estarmos cem por cento bem, mas sabemos que o começo de tudo para poder funcionar nas nossas vidas é poder resolver todas as pendências, saber exatamente como consertar o que ainda pode ser consertado.

Acho que é o que estamos fazendo nesse momento.

Não significa que vamos voltar, mas que admitimos o que sentimos e fomos totalmente honestos com nós mesmos. Isso acima de tudo, é perfeito.

Seus lábios rosados encostaram nos meus e eu sentia o peso de todo aquele tempo de saudade se dissipando. Todo o tempo que foi mais que necessário — até mesmo se durasse mais do que os seis meses que duraram, seriam por realmente ser necessário —, estava desaparecendo naquele momento. E todos os sentimentos que antes escondiamos até por medo de nós mesmos, estavam ali, maracando presença naquele mais que bem vindo reencontro.