CAPÍTULO 21

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HECTOR

Já estou na minha quinta taça de vinho e meu corpo parece querer cada vez mais essa bebida que tanto me agrada, de todo modo, isso não é explicação para me fazer agir como um descontrolado, virando uma taça atrás da outra.

Meu corpo está tenso e meus pensamento correm toda hora até Lisa, assim como a todo momento meus olhos repassam a imagem de seu corpo pequeno sendo coberto por minha camisa que mais lhe servia como um vestido.

Estranhamente quando olho para ela a imagem da dançarina mascarada vem fortemente até mim, me fazendo pensar que talvez seja coisa da minha cabeça e talvez essa também seja uma ótima explicação para eu ter me excitado hoje de manhã.

Eu sou um grande babaca!

Quem eu quero enganar?

Lisa tem sim seus encantos e aquele rostinho de santa é bem provocante em algumas horas, agora concordo com o que Dylan tanto falava, Lisa é linda, encantadora e meiga e admitir isso mesmo que seja em pensamento me incomoda como uma pedra no sapato, mesmo sem eu falar o gosto amargo vem em minha boca. Não consigo acreditar que ao invés de eu estar tratando do meu objetivo ao vir aqui eu estou pensando em uma mulher que eu jurava não ter graça alguma aos meus olhos.

Acho que acabei bebendo demais e mesmo que eu queira me embriagar ainda mais, tenho que parar por aqui, daqui a poucos minutos terei que buscar Lisa para irmos jantar a fim de comemorar seu aniversário de 24 anos, que sem explicação alguma decidi dar importância.

- Senhor Lonnie, o senhor não quer ver a pisa das uvas? Como sabe isso é a marca registrada do Vinho do Porto - um senhor de idade avançada chega chamando minha atenção, fazendo Lisa cair no esquecimento.

- Agradeço pelo convite, mas já está na minha hora - me levanto olhando no meu relógio de pulso.

- Te entendo, você está aqui mas seu pensamento está longe, assim como seu coração.

- Como é ? Acho que o senhor está...

- Louco? Acredite, já estou acostumado com esse rótulo - seus olhos repletos de sinais da avançada idade se repuxam quando ele dá um meio sorriso - Mas apesar disso sou certeiro em minhas palavras e você irá ver que não estou louco.

- Olha o senhor me desculpe ,mas essa conversa não tem sentido.

- Assim como não tem sentido você correr de um sentimento que grita dentro do seu peito. O amor é um animal selvagem, que quando aprisionado luta para se soltar e quando a liberdade voltar a tomar suas veias o rugir desse animal selvagem tornará ainda mais forte e intensa essa sede de liberdade.

Mas que conversa é essa? Eu nem conheço esse velho e do nada ele vem falando de animal, liberdade e várias outras coisas que para mim não passam de delírios de um velho vivendo o auge da vida. Por mais que eu me esforce para achar sentido nisso tudo eu não consigo e talvez seja porque de fato não há sentido algum nessa chuva de baboseiras.

- Olha eu preciso ir, realmente eu preciso - me prontifico a andar para longe do velho maluco que me olha sem demonstrar qualquer reação, mas meus ombros ficam tensos quando a voz falha dele chega mais uma vez até mim.

- Não estrague essa noite, trate sua mulher como ela merece, aproveite para dar um descanso ao seu personagem e mostre para ela o verdadeiro Hector que existe dentro de você.

Não perco tempo tentando retrucá-lo. Francamente, quem aquele velho acha que é? Um guru? Isso de fato é algo hilário, um velhinho gagá querendo pagar de vidente, senhor do futuro ou sei lá mais o que, sem dúvidas é algo que não se ver todo dia,

Tudo Começou Com Uma Taça De Vinho #1 Where stories live. Discover now