CAPÍTULO 5

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L I S A

Aproveito que Hector saiu para trabalhar e desço a grande escada dando de cara com a sala que a pouco eu estava. Hector sequer se importou em me mostrar a casa, então cabe a mim mesma fazer isso, mas quando olho pela janela e vejo o grande jardim tão perto, uma grande vontade de sentir meus pés sendo pinicados pela grama toma conta de mim, fazendo com que automaticamente minhas pernas se movessem até lá fora.

Foi impossível não ter meus olhos brilhando diante de tanta exuberância, as flores são ainda mais belas de perto e assim que arranco uma tulipa holandesa meus olhos se enchem de lágrimas por eu lembrar do sorriso que minha mãe esbanjava toda vez que eu fazia um esforço e comprava um buquê dessas flores para ela. Queria tê-la ao meu lado agora, mas infelizmente ela está lá deitada em uma cama de hospital para acordar Deus sabe quando.

Por que Hector tem uma casa com um jardim tão bonito assim? Ele não tem cara de apreciar flores, me pergunto como ele não se lamentou por ter gastado seu precioso dinheiro em pequenas mudinhas que, para ele, sem dúvida alguma são insignificantes.

Hector é só mais um desses caras que se preocupa apenas em continuar aumentando o valor da sua conta bancária e eu realmente lamento muito por isso. Meu marido tem tudo para ser um bom homem, menos o mais importante, humildade, essa qualidade é completamente escassa nele.

Além do egocentrismo ele possui uma grande e exagerada porção de machismo tomando conta dele, ele não tem o direito de exigir que eu largue meu trabalho só porque o que está em jogo é sua reputação de homem influente na mídia. Até porque não me joguei nos braços dele implorando para que nos casássemos. Sendo sincera, até agora estou quebrando a cabeça para tentar entender o estado que eu estava para ter me casado com um estranho, mas diante das circunstâncias acredito que em um bem deplorável.

Expulso esses pensamentos e me concentro apenas no jardim, sem dúvidas alguma esse é o melhor remédio para uma dor de cabeça enjoativa e já que essa é minha nova casa, esse será meu refúgio até porque nem pisar aqui Hector deve.

- Com licença senhora, gostaria de avisá

-la que seu café da tarde já está servido. - uma senhora de meia idade chega chamando minha atenção.

- Por favor, me chame apenas de Lisa. - sorrio gentilmente parando a sua frente. - Como a senhora se chama?

- Márcia...

- É um prazer conhecê-la, Márcia.

- O prazer é todo meu, fico feliz em saber que Hector se encantou por alguém, ainda mais uma moça linda como você.

Sorrio sem graça e sigo dona Márcia até a sala de jantar onde na ponta da grande mesa havia vários bolos, sucos e biscoitinhos, antes que ela se retire e volte aos seus afazeres faço questão de agradecê-la. Enquanto eu me mantinha ocupada comendo um delicioso pedaço de bolo de limão, uma voz grossa vinda de fora chega até mim, me fazendo soltar um suspiro pesado por ver que Hector provavelmente irá apontar ao meu lado, pelo jeito o trabalho dele é bem rápido, no fundo eu torcia para que ele só voltasse a noite, mas infelizmente isso não aconteceu...

- Vamos Lisa! - sua voz carregada de autoritarismo me invade fazendo um longo suspiro deixar meu corpo.

- Para onde?

- Comprar nossas alianças, não posso desfilar por aí sem uma clara prova de que estou casado.

- Realmente não pode, ainda mais quando sua maior vontade é exibir uma mulher por aí como se fosse sua propriedade.

- Vou fingir que não escutei isso. - me lança um olhar em repreensão - Agora vá se arrumar e só apareça em minha frente quando estiver à altura de uma verdadeira Lonnie.

Tudo Começou Com Uma Taça De Vinho #1 Where stories live. Discover now