Porque agora tudo que eu tinha em minha mente eram uma série de vontades impossíveis de ignorar. Vontade do cheiro, toque, beijo e tudo mais que ele oferecia. Por isso, eu fui atrás do que era meu. Era apenas justo.

Puxei-o de volta para mim, juntando muito mais que os nossos lábios. Enquanto sentia sua língua deslizar suavemente pela minha, fazendo com que eu esquecesse qualquer coisa no universo, eu desci minhas mãos em garra pelas suas costas, arrancando dele o suspiro irregular que eu havia ouvido a noite inteira e, honestamente, poderia ouvir muito mais vezes.

Com essa missão, eu trilhei meu caminho até seu pescoço com os lábios, deixando um bom rastro para trás.

— Jess... - ele gemeu, com a voz falha. Eu sorri.

— Eu sei. - disse no ouvido, bem baixinho.

Senti as mãos dele se fecharem nos meus braços e eu estava mais do que pronta para ser jogada de costas na cama. Mas, ao invés de fazer isso, elas apenas me afastaram. Foi quando eu percebi que havia um tom extra em seu 'Jess' e ele não era muito feliz.

— Não faz assim comigo porque eu realmente preciso ir. - disse, me olhando e parecendo estar em uma luta consigo mesmo ao questionar se aquela era mesmo a melhor ideia. - Tenho treino, Jess, e já estou atrasado. Você sabe que eu não posso perder um treino.

— É domingo. - choraminguei. Ele encolheu os ombros e eu suspirei. - Tudo bem, não tem problema. Eu ficaria mais brava com você se perdesse um treino quando está chegando tão perto. Além do mais, não vou ficar brava aqui, só muito frustrada. Sou uma garota grandinha, posso resolver meu problema sozinha, apesar de não ser nem de longe tão prazeroso.

Ele sorriu para o meu curto monólogo e parou para me observar por alguns segundos. Parte dele parecia estar ali comigo, já a outra se encontrava bem longe. Pouco tempo depois, eu desejei que ele tivesse ficado lá.

— Eu te amo. - e eu congelei totalmente. - Talvez seja extremamente cedo para falar algo assim, mas nós não somos um casal tradicional e eu te amo há muito tempo. Tantos anos, Jess! Então eu só queria finalmente dizer de novo... Sei que é muito para jogar em você agora e sei que estou correndo um grande risco aqui, mas... Bem, eu precisava disso.

Assenti lentamente, engolindo em seco. Thomas havia acabado de jogar um baita balde de água fria no meu tesão... e em todo o resto.

— Ahh... - eu tentei dizer. Como as palavras se formavam mesmo?

Eu não tive tempo de conseguir essa resposta, pois Mina e Julie voltaram, dessa vez sem bater na porta. Mina destrancou logo com uma cópia da nossa chave que eu nem sabia que existia e tudo que tive tempo de fazer foi puxar um lençol para cobrir meu corpo. Eu não estava pelada nem nada, usava uma blusa e calcinha, porém era desesperador de qualquer forma.

— Hora de se retirar, Tommy. - Mina disse, entrando com a Julie. Ele se afastou, aceitando de bom grado.

— Pensa nisso, tá bom? - ele pediu antes de sair e eu assenti, apesar de ter certeza absoluta de que aquela era a última coisa que eu gostaria de fazer.

Antes que eu tivesse tempo e condições para pensar mais um pouco no assunto, Julie e Mina pularam na minha cama, implorando por todos os detalhes como se eu tivesse acabado de perder a minha virgindade.

— Foi tão bom quanto você se lembrava?

— Eu aposto que sim! - Julie afirmou, respondendo por mim.

— Vocês querem parar? O que as fazem pensar que eu vou contar detalhes assim? Vocês transam, não é? Já sabem como é.

Julie revirou os olhos.

VERSUSWhere stories live. Discover now