Capítulo 38

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"Olhe para o céu e veja as estrelas, quem as colocou, sabia que estaríamos olhando."

Wesley D'Amico

Benjamin

O despertador tocou, o que me fez ter raiva por não tê-lo desligado ontem a noite. Hoje era sexta-feira e eu não ia a escola. Tinha algumas coisas para fazer e por isso escolhi faltar. E como hoje era a festa de aniversário da Priscila, tinha que agilizar com minhas tarefas. E é claro, tinha que juntar forças para trabalhar. 

Desliguei minha mente e caí no sono de novo.

-Não minta pra mim. 

-É sério, por quê tá duvidando de mim? Está bom sim. -Disse eu.

-As vezes você quer agradar tanto que nem sei se fala a verdade.

-Como assim? Claro que falo! -Disse eu me sentindo ofendido.

-Tá bom então. -Disse mamãe.

Ela sempre ficava em dúvida quanto a comida dela, embora eu insistisse que em quase todas as vezes -quase- estava boa. 

Peguei um pouco de purê e coloquei na boca. Conferi o relógio e vi que ainda estava dentro do horário.

Terminei de comer, escovei os dentes e peguei minha mochila. Dei um beijo no rosto da minha mãe e saí de casa. 

Cheguei no ponto junto com o meu ônibus e eu logo subi e me sentei.

Conferi as mensagens e vi que Aris ainda não havia visto minha última mensagem. Mas tudo bem, ela sempre esperava chegar em casa para responder. Ela ainda devia estar no caminho. Bloqueei a tela do celular e concentrei os olhos na janela. 

Era um dia meio frio, onde a copa das árvores parecia mais escura e o vento provocava arrepios. Senti uma sensação estranha, mas logo concluí que era fruto da minha imaginação, afinal, não era a primeira vez que aquilo acontecia. 

Cheguei no ponto desejado e desci do ônibus. 

Caminhei até o serviço, cumprimentei o Sr. Dionísio no caminho e fiquei em dúvida se parava na lanchonete para comprar um pedaço de bolo.

Logo cheguei no serviço e entrei. 

Deixei a mochila em um guarda-volumes e fui para a minha mesa.

Primeiro ajeitei os papéis e comecei a verificar alguns documentos.

Fernando, meu colega de trabalho, me passava algumas informações do que eu teria que fazer.

Estava imprimindo algo quando o telefone tocou. Em instinto, peguei o telefone e atendi dizendo tudo o que dizia para qualquer pessoa interessada nos serviços: "Boa tarde, Benjamin falando, em que posso ajudar?"

-Ben. 

Era a voz da minha mãe. Ela não costumava ligar para cá.

-Oi mãe. -Disse baixo.

Olhei de relance para Fernando que permanecia fazendo suas coisas. 

-Você precisa vir pra casa agora. 

Aquilo me pareceu loucura, afinal, ela sabia que eu não gostava de faltar no trabalho, nem sair antes da hora. 

-Mãe, eu não posso. 

-Ben, aconteceu um acidente, você precisa vir.

Meu coração palpitou forte e eu sem saber o que pensar perguntei:

Qual é o seu Norte?Onde as histórias ganham vida. Descobre agora