Capítulo 34

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"Depois do silêncio, o que mais se aproxima de expressar o inexprimível é a música."

Aldous Huxley

Quinta-feira

Acordei tarde e sem pressa usei o banheiro e arrumei minha cama. Por sorte o dia estava friozinho. Desci para o café e depois fui arrumar a cozinha. Enquanto arrumava escutava algumas canções que acalmavam o meu coração e quase me fizeram esquecer que a noite de ontem tinha sido real.

Depois fui ler a Bíblia e mais tarde fui assistir um filme com Priscila. Foi difícil ter que ficar vigiando ela para que a mesma não desse pipoca para o Robin.

Hoje eu tinha uma apresentação de violino, e eu havia convidado Ben para ir, -antes da nossa briga- mas não sabia se ele ia depois de tudo o que aconteceu. Não nos falamos desde então. Pratiquei um pouco para ter certeza do que ia tocar.

Mais tarde tomei um banho, me arrumei e já estava pronta para sair quando papai me chamou.

-Oi? -Respondi.

-Não fica triste tá bom? Deus está no controle de tudo. Só confia. -Disse ele.

Mal podia acreditar que ele estava dizendo isso. Então ele já sabia e estava calmo? Mas tudo bem, aceito paz sempre que tiver.

-Tudo bem. -Disse eu com um sorriso.

-Vem cá. -Chamou ele para um abraço.

Me enrosquei em seus braços e fiquei ali por alguns segundos não querendo perder aquele momento. Deus era tão bom comigo. Eu não merecia as pessoas que tinha na minha vida.

-Vai se atrasar Aris. -Disse mamãe.

Me afastei e disse:

-Estou indo.

Me despedi do papai e fui para o carro, rumo a apresentação desejando que Ben fizesse o mesmo.

Benjamin

Eu estava disposto a renunciar. Eu não precisava e nunca precisaria da amizade daquelas garotas. Eu sabia quem eu amava. Sabia que Ariana era a garota que seguiria rumo ao mesmo norte que eu. Só queria ter feito algo antes que tudo o que aconteceu ontem tivesse acontecido. Queria ter sido mais prudente talvez. Me senti tão culpado. Que tipo de namorado eu sou? Só sei que não sou dos melhores.

Pensei a noite toda no que diria a ela hoje. Mas não queria dizer na frente de todo mundo. Talvez no intervalo a gente pudesse conversar, mas eu não ia deixar que a situação permanecesse como estava. Entrei na sala e não encontrei ela na carteira.

Ela quase nunca faltava. Me sentei no meu lugar e todos estavam bem falantes hoje.

Após um tempo Clara perguntou:

-Cadê a Aris?

-Eu não sei. Ela não me disse que ia faltar. -Respondi.

-Estranho. Ela nunca falta. -Disse Paulo.

-É porque ela e o Benjamin brigaram. -Disse Hugo.

Meu coração gelou.

-O que?

-Calma cara, eu tô brincando. -Disse Hugo.

-Ignora ele. -Disse Clara.

-É uma ótima ideia. -Disse eu.

-Vocês não sabem me valorizar. Um dia eu vou ficar muito rico e não vou querer saber de vocês entenderam? -Disse Hugo fingindo seriedade, algo que ele não tem.

Qual é o seu Norte?Onde as histórias ganham vida. Descobre agora