Capítulo 31 - Me pertenece

Começar do início
                                    

Ao me ver descendo, a porta do veículo vermelho se abriu e o homem loiro desceu, caminhando alguns passos a frente despretensioso. Eu me movi, ficando a dois passos de distância e observando sua expressão fria. 

Ele conseguiria facilmente enganar alguém com sua postura de garoto mal. O cabelo loiro despenteado e os olhos azuis, assim como sua barba cerrada, faria com que muitas mulheres se encantassem facilmente. Assim como Taylor. Poucos eram os que sabiam sua verdadeira identidade.

Segundo as informações que Shawn conseguiu reunir, seu nome completo era Chad Michael Murray e ele estava com vinte e sete anos. Chefe de uma gangue que distribuía drogas ilícitas por Chicago, por ser o último filho homem vivo de Brandon Murray, após a morte brutal de seu filho mais velho, Tyler.

Eu havia presenciado o assassinato de seu irmão, em um beco fétido e escuro de Chicago, a vinte anos atrás.

O FBI estava atrás dele a algum tempo, mais o homem era discreto, pouco se sabia sobre ele até a morte de seu pai a alguns meses atrás, em uma troca de tiros com a polícia, quando ele tomou posse do controle, se autoproclamando chefe.

- Você tem algo que me pertence. - Falou com tom duro, olhando em meus olhos como se tentasse me intimidar. Eu me mantive impassível, em silêncio, observando quando ele apertou a mandíbula e olhou para o carro sobre meus ombros. - E eu quero de volta.

- Nenhum objeto de posse dentro daquele carro foi comprado com seu dinheiro. - Suas mãos se apertaram em punho e ele soltou uma risada sarcástica, movendo-se um passo para mais perto de mim.

- Você está com a minha mulher e o meu filho, agente. - Sussurrou vagarosamente, entonando um timbre ameaçador ao se referir a minha designação. Eu deixei escapar um sorrisinho de canto, olhando em seus olhos com tranquilidade. 

Ele sabia quem eu era, mais não desconfiava que eu sabia sua verdadeira identidade, e eu preferia que continuasse assim por enquanto, então decidi por não revidar sua provocação.

- Eu estou. - Admiti, não havia porque esconder, afinal. - Mais Taylor não parece interessada em partilhar de sua presença. E se ela não quer, ela não vai. - Suas mãos se fecharam em punho e ele me ofereceu um sorriso duro, no canto dos lábios.

Eu me mantive parado, olhando com atenção enquanto ele coçava sua barba em clara impaciência. Seu olhar estava cheios de uma promessa fria, violenta. Típico de "pessoas como ele". Seus olhos se voltaram por sobre meus ombros e ele encheu o peito, apertando os lábios.

- Você tem certeza, Taylor? - Perguntou um tom acima, esperando que a garota dentro do carro o ouvisse. 

Eu conhecia bem essa tática, intimidavam por seu tom de voz, duro e repreensivo. E Taylor era somente uma garota amedrontada, seria facilmente manipulada por seu opressor em qualquer outra situação, mais  não agora, eu não permitiria.

Ele esperou, sua expressão cada vez mais dura ao não obter qualquer tipo de resposta por parte da mulher. Eu ergui o queixo, uma satisfação incontida se fazendo presente e o deixando ainda mais enfurecido.

- Tudo bem. - Abanou as mãos, como se isso fosse desprezível. - Não faço mesmo questão dessa vadia, só me entregue meu filho. 

- O garoto fica com a mãe. - Sussurrei por entre dentes, observando quando se olhar se apertou e ele deu um passo em minha direção, ficando perigosamente próximo enquanto levava sua mão esquerda as costas sem nenhuma sutileza. - Não vai querer fazer isso aqui. - Avisei em um sussurro, sabendo exatamente o que ele queria.

- Não sabe nada sobre meu querer. - Sua mandíbula estava cerrada enquanto ele falava com raiva, gotículas de saliva atingindo meu rosto. Minha mão deslizou por dentro de minha jaqueta de couro, aproveitando sua distração.

Propuesta Indecente - CamrenOnde histórias criam vida. Descubra agora